28 de julho, de 2007 | 00:00

Comerciantes preocupados

Proprietários de aviários reagem à proibição do comércio de aves vivas

Alex Ferreira


José Rubens: demissão de funcionários e fechamento das portas
IPATINGA – Proprietários de aviários em Ipatinga se reuniram ontem, no bairro Veneza, para discutir a mudança no comércio de aves vivas, prevista no Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA). Pelo plano, a partir do próximo dia 30 estará proibido, no território mineiro, o comércio de aves vivas para revendedores ou diretamente para o consumidor, e isso inclui as chamadas aves de descarte (galinhas que já não botam ovos). O governo de Minas Gerais decidiu aderir ao plano e promete rigor na fiscalização por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A partir da semana que vem, a norma prevê que só poderá ser comercializada a ave congelada que sair de um abatedouro industrial.Entre os comerciantes de aves, o clima é de preocupação. José Rubens de Araújo, proprietário de um aviário na avenida Macapá, no Veneza, reclama da falta de informações. Segundo o comerciante, a três dias da mudança, ainda não recebeu a visita de técnicos para explicar as novas normas. “Só sabemos por meio dos jornais que a partir do dia 30 será cobrado o cumprimento da norma para o fim da venda de aves vivas. Ninguém sabe informar nada para a gente”, afirma.Em relação à proibição da venda de aves vivas, Rubens afirma que os efeitos serão consideráveis. Por isso, não descarta a possibilidade de demitir funcionários e mudar de ramo de atividade. “No meu caso, são doze funcionários e, infelizmente, não terei como continuar com esse trabalho se não puder vender o frango abatido na hora”, diz o comerciante.Preocupados com o que será do comércio de aves a partir da semana que vem, comerciantes procuraram a deputada estadual Rosângela Reis (PV) em busca de ajuda junto ao governo do Estado. A parlamentar prometeu mediar a defesa dos comerciantes do setor. “São trabalhadores que necessitam dessa atividade, não querem viver dentro da ilegalidade, mas necessitam sobretudo de orientações sobre como proceder diante das mudanças das normas sanitárias”, afirmou a deputada.
Alex Ferreira


Carlos Roberto: fim do comércio de aves vivas mexe na tradicional culinária mineira
Situação alarmanteO comerciante Carlos Roberto da Silva, proprietário de um aviário em Ipatinga, afirma que enfrenta uma situação alarmante. Ele alega que só tomou conhecimento das normas previstas no Plano Nacional de Sanidade Avícola há pouco mais de 30 dias. Considera impossível atender à mudança dentro do prazo previsto. “Pegou a gente de surpresa, tirou nosso sono e precisamos dar satisfação aos nossos clientes, que todos os dias perguntam como vai ficar a situação”, alega o comerciante.No entendimento de Carlos, a proibição da galinha ou frango vivos, abatidos na hora, mexe diretamente com a tradição mineira. No entendimento do comerciante, essa preferência pelo frango abatido na hora no lugar do frango congelado tem explicação. “A cultura da culinária mineira passa pelo frango caipira com quiabo, e o frango ao molho pardo, que exige o sangue da ave, a galinhada, a canja. Nada disso é possível fazer com o frango congelado. Isso explica a reação diante da notícia da proibição desse tipo de produto no mercado”, explica Carlos Roberto da Silva. Sem informaçõesNo Escritório Seccional do IMA, em Coronel Fabriciano, a informação é que são aguardadas orientações da Coordenadoria Regional de Governador Valadares para iniciar a inspeção nos aviários. Já em Valadares, nesta sexta-feira, não foi encontrado nenhum dos responsáveis pela inspeção sanitária na região. Por decisão da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, os animais comercializados de forma irregular serão apreendidos e sacrificados. No caso dos estabelecimentos comerciais, só poderão vender aves congeladas, abatidas em estabelecimentos credenciados. Aves vivas só poderão ser transportadas de lugar para outro com a Guia de Trânsito Animal (GTA) emitida por um médico-veterinário oficial ou credenciado, responsável técnico pelo estabelecimento de origem. Segundo nota distribuída pelo IMA, a medida é necessária para que o Estado obtenha do Ministério da Agricultura o status de sanidade avícola.Alex Ferreira
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