26 de julho, de 2007 | 00:00

Dirigentes metalúrgicos discutem o futuro da siderurgia em Ipatinga

Preocupação com o mercado

Alex Ferreira


Lacerda: nem se adaptando às novas tecnologias o trabalhador está seguro
IPATINGA – Representantes de 15 estados brasileiros, ligados à Força Sindical e à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), participam em Ipatinga de seminário sobre siderurgia. O evento foi aberto na manhã desta quarta-feira, pelo presidente da CNTM, Eleno José Bezerra, que após a abertura do evento embarcou para Brasília, onde teria reuniões com autoridades do governo. Secretário Executivo da CNTM, Carlos Cavalcanti Lacerda veio da capital federal para participar do evento em Ipatinga. No seu entendimento, o maior desafio do campo profissional dos metalúrgicos é a qualificação profissional com adequação à constante modernização. “Ninguém está seguro, e a adaptação aos novos equipamentos e novas tecnologias é uma exigência permanente”, observa.Lacerda explica que a CNTM promove um fórum permanente de discussão, com início este ano por Manaus, no pólo eletrônico, e chegou a Ipatinga, no pólo siderúrgico. Segundo o secretário da confederação, o seminário envolve representantes dos trabalhadores de todo o país. O próximo será em Curitiba, em um pólo automotivo, e em seguida será em São Paulo, em um pólo de autopeças.A automação industrial é outra preocupação que, segundo Lacerda, aliada à invasão dos produtos chineses, tem representado a maior causa de corte de postos de trabalho no setor siderúrgico. No caso dos produtos importados, o dirigente da CNTM destaca que a pirataria e a concorrência desleal são as maiores ameaças. O dirigente lembra que, na China, o salário mínimo é de US$ 20,00 e a lei trabalhista é precária. “Não há como competir com isso. Também tem a questão da carga tributária elevada no Brasil. Defendemos mais empregos e menos impostos. São áreas muito diferentes de atuação, mas estamos presentes junto ao governo, fazendo gestão por mudanças”, garante Lacerda. No entendimento de Lacerda, não há outro caminho senão a união entre os segmentos que representam os trabalhadores, o governo e os empresários. “O aumento do capital estrangeiro, como temos agora a indiana Mittal Arcelor, é outra preocupação. Estamos atentos porque indianos e chineses não vão trazer métodos escravagistas nem produtos subsidiados ou feitos sob condições desleais em relação ao Brasil”, insiste o secretário da CNTM. Fora da siderurgia, o dirigente da CNTM conta que há avanços. Recentemente, em negociação com a Secretaria Nacional de Importação do Ministério da Indústria e Comércio, ficaram estabelecidos preços mínimos para a venda de produtos importados, como CDs virgens, ferros de passar roupa e ventiladores. “Mais de 90% desse tipo de produtos vêm da China e agora entrarão com preços mínimos no mercado interno”, destaca. Alex Ferreira
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