25 de julho, de 2007 | 00:00

Vila Rica ressalta qualidade

Laboratório afirma que realizou apenas um exame em cabeleireira que morreu durante sua segunda gravidez. Resultado foi indeterminado

Wôlmer Ezequiel


Fabiano viajou ontem na tentativa de aliviar um pouco seu sofrimento
IPATINGA - Uma controvérsia pode gerar mais um desdobramento no caso da morte da cabeleireira Graciele Pereira Sales, 25, que estava grávida de sete meses e faleceu no último domingo. O bebê morreu dois dias antes. Graciele sofria de toxoplasmose, doença que teria levado a cabeleireira ao óbito. A família da vítima alega que ela fez mais de um exame de sangue no laboratório Vila Rica, e que os resultados foram diferentes (um confirmando a toxoplasmose e outro não). No entanto, o bioquímico e diretor-geral do Laboratório Vila Rica, Aloísio Neves, afirma que Graciele fez apenas um exame de toxoplasmose e que o resultado foi indeterminado. “A Graciele fez um exame de toxoplasmose conosco em maio e o resultado foi indeterminado. Isso quer dizer que ela teria que fazer outros exames para comprovar ou não a doença. Porém, ela não fez esses exames aqui no laboratório. Quando ela fez este exame aqui, pode até ser que tivesse toxoplasmose, mas no princípio, e com baixa concentração de anticorpos. Mas pode ainda ser que ela estivesse com reação cruzada, que é o mais provável, e que normalmente gera o resultado indeterminado”, explica Aloísio. Conforme Maria Marta Pereira, 37, tia de Graciele, de posse do resultado do exame do Laboratório Vila Rica sua sobrinha fez uma consulta na Unidade Integrada de Saúde (UISA), no bairro Cidade Nobre, com a médica infectologista Carmelinda Lobato Souza. Carmelinda teria receitado a Graciele o comprimido sulfadiazina. Segundo Maria Marta, esse remédio teria agravado a saúde de Graciele, que já sofria de anemia falciforme. Fabiano Paulo dos Santos, 26, marido da cabeleireira, não soube precisar se a esposa fez o mesmo exame em outros laboratórios. Contudo, a principal indignação do garçom é com a médica Carmelinda Lobato. “Tudo indica que foi erro médico sim”, acredita Fabiano.SofrimentoNa tarde de ontem, Fabiano Paulo dos Santos conversou com a reportagem do DIÁRIO DO AÇO antes de viajar para a cidade de Ataléia, juntamente com o filho de um ano que ele teve com Graciele. “Vou viajar para aliviar um pouco minha cabeça. Foi muito sofrimento tudo o que aconteceu com minha esposa”.A delegada-adjunta de Crimes contra a Vida, Adeliana Xavier, já está investigando o incidente ocorrido com Graciele. A delegada instaurou inquérito na segunda-feira e, dentro de 15 ou 20 dias, o caso começa a ser elucidado. Em sua defesa, Carmelinda contou à nossa reportagem que não tinha outra alternativa senão receitar o sulfadiazina a Graciele. Segundo ela, caso contrário, a vida do bebê estaria em risco. Além disso, a infectologista disse que a paciente não começou a passar mal logo após a ingestão do comprimido, como afirma a família da cabeleireira. Carmelinda ainda conta que Graciele sofreu uma convulsão antes de morrer, que poderia ter sido causada em função da anemia falciforme.
Wôlmer Ezequiel


Mirtes afirmou que o resultado do exame de toxoplasmose de Graciele foi indeterminado
Padrão de qualidadeA bioquímica Mirtes Pereira, que trabalha no Vila Rica, confirmou que Graciele “provavelmente fez exames em outros laboratórios”. A bioquímica ainda enfatizou que o Vila Rica trabalha com um padrão de qualidade interno e externo, com o intuito de propiciar segurança aos seus usuários. “As amostras de sangue são todas etiquetadas com código de barras e o paciente confere o seu número. Esta é uma das características que confirmam nosso controle de qualidade”, ressalta Mirtes. Bruno Jackson
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