24 de julho, de 2007 | 00:00

Aviários da região notificados

Comércio de aves vivas fica proibido a partir do dia 30 em Minas Gerais

Wolmer Ezequiel


Frangos de 45 dias prontos para o abate. A partir do dia 30, venda só após abate e refrigeração
IPATINGA – A partir da próxima segunda-feira, 30 de julho, fica proibido o comércio de aves vivas em Minas Gerais. Aviários, feiras livres e mercearias só poderão vender frango ou galinha abatidos e congelados. A fiscalização para coibir o comércio de aves vivas será feita pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), como um dos pontos para garantir o status sanitário da avicultura estadual. Com esse propósito, fiscais do IMA já fazem visitas aos aviários em vários municípios, para informar sobre as mudanças. Também ficarão atentos nas barreiras sanitárias, para impedir a passagem, pelas estradas de Minas, de aves vivas procedentes de outros estados para comercialização no Nordeste do país. No Vale do Aço, a coordenadora do escritório regional do IMA, Carla Valéria, informou que aguarda orientações da Coordenadoria Regional, com sede em Governador Valadares, para que sejam iniciadas as visitas ao comércio.O gerente de Defesa Sanitária Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Sérgio Luiz Lima Monteiro, afirma que alguns ajustes no programa sanitário de Minas vão assegurar condições para implantar a Regionalização Avícola. “Atendendo determinação do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), a partir de 30 de julho estará proibido, no território mineiro, o comércio de aves vivas para revendedores ou diretamente para o consumidor, e isso inclui as chamadas aves de descarte (galinhas que já não botam ovos), que também terão de ser encaminhadas para um abatedouro industrial”, exemplificou.Sérgio Monteiro enfatizou que o cumprimento dessa norma é indispensável para a obtenção do certificado da regionalização.Com o Programa de Regionalização, Minas Gerais terá autonomia para definir sua política de sanidade em ligação direta com mercado internacional conforme acordos que poderão ser feitos com os países compradores, com aval do governo federal. Isso quer dizer que, integrado às normas nacionais, o estado ficará isento de qualquer barreira às exportações caso ocorram problemas sanitários em outra região ou estados do Brasil.Dados da avicultura em Minas mostram que o estado produziu 340 milhões de frangos em 2006, ou 809 mil toneladas, representando quase 8% da produção nacional. Segundo maior produtor de ovos do Brasil, atrás de São Paulo, o estado coloca no mercado 8,5 milhões de caixas de 30 dúzias por ano, que representam cerca de 14% da produção nacional.EFEITOS ESPERADOSNo comércio local, a proibição da venda de aves vivas é vista com desconfiança. Proprietário de um aviário no bairro Iguaçu, Ilton Souza Freitas disse que soube da mudança por meio da imprensa. Ilton confirma que não vende aves vivas porque a maioria dos seus clientes pede para abater o frango na hora. “As pessoas chegam e ainda perguntam se o frango está quentinho, ou seja, querem o frango fresco, abatido na hora”, explica o comerciante.No entendimento de Ilton Souza, a medida do governo estadual vai prejudicar o pequeno produtor rural, aquele que traz o frango vivo para vender em feiras livres e nas ruas. “A solução seria o produtor rural ter abatedouros apropriados, mas sabemos que os custos são elevados e eles vão mesmo sofrer com essa proibição”, conclui Ilton Souza Freitas.Em outro aviário, no bairro Esperança, o comerciante Josimar Alvarenga da Silva acredita que haverá prejuízos na sua atividade com a proibição da venda da ave em pé. “Atrapalha porque o cliente quer escolher o frango antes do abate e alguns gostam de levar o sangue para fazer o molho pardo, outros querem cortes específicos de pedaços e sapecar para tirar a penugem. A medida do governo muda tudo isso porque só poderemos vender o frango congelado e muita gente não gosta”, afirma o proprietário do aviário. Por semana, sua empresa vende de 600 a 700 quilos de frango abatido.Josimar entende que pelo menos os aviários deveriam ser liberados para manter o comércio do frango vivo, abatido na hora, uma vez que a maioria cumpre normas sanitárias. O comerciante também reclama da falta de instruções. Diante das dúvidas, os donos de aviários solicitaram uma reunião no escritório regional do Instituto Mineiro de Agropecuária, em Coronel Fabriciano, o que deve acontecer na próxima sexta-feira, 27. Alex Ferreira
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