17 de dezembro, de 2009 | 20:48
Apagões viram uma rotina no distrito de Barra Alegre
Moradores da região reclamam de transtornos causados pela falta de luz
IPATINGA Quando o assunto é energia, a região do distrito de Barra Alegre se sente abandonada. Moradores, comerciantes e estudantes se dizem prejudicados com as constantes quedas de energia no Tribuna, Ipaneminha, Limoeiro, Barra Alegre e condomínio Canto das Águas. Nos últimos 14 dias foram registrados cinco apagões. O primeiro ocorreu no último dia 2, quando faltou luz das 17h às 20h. Dois dias depois, a queda durou das 17h às 5h. O apagão seguinte aconteceu no dia 13, quando o fornecimento foi interrompido das 23h às 5h. No dia seguinte, a falta de energia foi registrada das 19h30 à 1h30 do dia 16, mesmo dia em que a luz acabou de novo no período das 19h40 às 21h15.Moradores do Barra Alegre e do condomínio Canto das Águas relataram na tarde de ontem, ao DIÁRIO DO AÇO, os transtornos gerados na comunidade em razão dos apagões. De acordo com os reclamantes, quase todos os dias a energia acaba no bairro por volta de 19h. Com isso, os aparelhos queimam, festas são canceladas, comerciantes têm prejuízos e aulas são suspensas em pleno final de ano letivo. Na Escola Estadual Caetana América de Menezes, onde 700 alunos estudam nos três períodos do dia, o calendário letivo terá que ser reformulado por causa da falta de energia. É o que conta a vice-diretora Maria Luiza Botelho Costa.
Segundo Maria Luiza, muitas provas finais estão sendo adiadas porque na hora da aplicação falta luz. Quando isso acontece somos obrigados a liberar os alunos. Isso está prejudicando o fechamento do ano, vamos ter que rever isso”, comentou a vice-diretora. Ela disse ainda que os trabalhos de secretaria também estão atrasados por causa desse problema. Além disso, a comida da merenda estraga quando falta energia”, completou Maria Luiza. Na quarta-feira (16), a festa da família da escola foi cancelada porque acabou a luz.
Prejuízos
Para os comerciantes, a falta de energia reduz o lucro. Um exemplo típico é o de Agnaldo Marques, que possui uma casa de carnes no distrito de Barra Alegre. Segundo ele, cerca de 200 quilos de carne são perdidos a cada dia de apagão. Esse é um problema geral no comércio. Bares, sorveterias, padarias... todo mundo está ficando no prejuízo”, frisou Agnaldo Marques.
Condomínio às escuras
No condomínio Canto das Águas é possível encontrar mais vítimas dos apagões. O aparelho de TV do síndico Antônio Fernando Rodrigues foi queimado há 30 dias por causa da brusca queda de energia. Temos que cancelar muita coisa por causa da falta de luz”, comentou. O morador Oliveiro Ramos frisou que na estrada entre o Barra Alegre e o condomínio há 37 lâmpadas queimadas.
Por tratar-se de uma zona rural, a falta de iluminação torna o trecho perigoso devido à travessia de animais na pista”, alerta. Outro morador, Israel Alvino de Sá, lembrou que a zona rural é muito importante para a cidade. Aqui tem muitas atividades relevantes para Ipatinga. Como uma cooperativa de leite e sítios alugados para festas, por exemplo. A situação não pode ficar assim”, ressaltou. Os moradores ressaltaram que, quando fizeram contato com a Cemig, receberam a mesma resposta dada pela estatal a Hermínio Bernardo.
Comunidade indignada
O presidente da Associação dos Moradores do Barra Alegre (AMBA), Hermínio Bernardo da Silva, contou que todos os dias as pessoas o procuram para fazer reclamações. Além de todos os prejuízos, tem a questão da segurança, pois temos alunos que estudam em bairros vizinhos e correm risco ao andar de casa para a escola, sem luz”, reclamou. Nem as igrejas escapam do problema. Novenas e cultos também são cancelados em razão do transtorno. Empresas que ficam sediadas no distrito alegam ter prejuízos.
Além dos apagões, algumas vias do Barra Alegre estão sem energia há muito tempo. De acordo com Hermínio, há 15 dias oito postes da avenida Caetana América de Menezes estão com a lâmpada queimada. Sobre os apagões, Hermínio Bernardo disse que, ao informar o fato à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a resposta é sempre vaga. Eles apenas falam que, se a informação for mentira, vão debitar uma taxa de R$ 3,97 na nossa conta”, alegou.
Cemig estuda a situação
Procurado pela reportagem do DIÁRIO DO AÇO, o analista de relacionamento da Cemig, Romero José Alvarez, disse que na tarde de ontem uma equipe que cuida do sistema elétrico estava fazendo um levantamento da situação no local. Com base na informação que eu receber é que poderei dar uma posição. Não tenho acesso ao sistema para dar uma resposta. Aguardo um retorno da equipe para saber qual providência será tomada”, declarou o analista.
Romero Alvarez acredita que ainda nesta sexta-feira terá um retorno da equipe. Sobre a cobrança da taxa anunciada pelos atendentes da Cemig, Romero disse não ter conhecimento a respeito.
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