28 de agosto, de 2015 | 00:03

“Meu irmão não sabia o que fazia”

Familiares e vizinhos, incrédulos com tragédia no povoado de Livramento, município do Bugre

BUGRE – A quinta-feira foi de muita tristeza para os moradores do povoado de Livramento, localizado a 20 quilômetros da sede de Bugre, no Colar Metropolitano do Vale do Aço. Ontem foi velado e sepultado o corpo de Margarida Senhorinha de Souza, 62 anos.

Ela morreu depois de levar 16 facadas, desferidas pelo filho caçula, Assulino Vitor de Souza, de 26 anos, portador de sofrimento metal. Um dos irmãos disse que perdoava Assulino, o mais novo de uma turma de seis filhos, pois entende que, com os distúrbios mentais dos quais sofre, ele é incapaz de compreender a gravidade da barbaridade que cometeu. O caso foi noticiado nesta quarta-feira, pelo Diário do Aço. 

A primeira versão levantada pela polícia militar é que o jovem teve um surto e esfaqueava o próprio corpo. A mãe foi socorrer o filho e acabou vítima dos golpes. Socorrida com vida, Margarida morreu ao dar entrada no Hospital Márcio Cunha, na tarde de quarta-feira, 26/08. 

O sargento PM Santana explicou ao Diário do Aço que esse foi um fato isolado. O acusado do crime não tinha, até então, nenhum envolvimento em atos de agressividade.  

“Levantamentos que fizemos mostram que outras pessoas da família têm problemas mentais e são pessoas que precisam de atendimento médico. Posteriormente, quando for liberado, Assulino será ouvido na Delegacia de Polícia Civil. Se houver mesmo histórico clínico de sofrimento mental, caberá ao delegado responsável pelo caso, Célio Las Casas, da Delegacia de Iapu, e à Justiça, definir o que fazer com o autor”, detalhou o policial. 

Nesta quinta-feira o clima era de angústia entre os moradores do povoado. No local, o Diário do Aço encontrou Antônio Vitor de Souza, 41 anos, um dos seis filhos de Margarida Senhorinha. Ele mora em Itanhomi, no Vale do Rio Doce, e foi à casa da mãe para o velório.

Antônio Vitor informou que essa foi a terceira vez que o irmão tentava se matar. Assulino já tinha sido internado, mas o jovem fugiu da clínica em que estava, relatou o irmão. “Não fez nada dessa barbaridade por iniciativa ele. Esse crime lamentável foi resultado de um surto mesmo. Ele não sabe a gravidade do que fez”, lamentou.

Horrorizada



A vizinha, Maria José Alves, que era amiga de Margarida, relata que não teve coragem de ir à casa onde tudo aconteceu, pois muitos que foram ao local ficaram em estado de choque e passaram mal por causa da cena de horror.

Chorando muito, a mulher relata que Margarida era uma pessoa muito boa e querida no povoado de Livramento. “Vou sentir falta e me lembrar dela para sempre”, disse a mulher.

O município de Bugre, onde ocorreu o crime, é um dos 24 integrantes do Colar Metropolitano do Vale do Aço e fica a 37 quilômetros de Ipatinga, com acesso pela BR-458, em Iapu. 

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