24 de março, de 2014 | 09:05

Jovem escapou da leucemia, mas sucumbiu à violência

Adolescente de 17 anos é executado a tiros no bairro Córrego Alto

FABRICIANO – A polícia investiga uma execução registrada nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, em Coronel Fabriciano. A vítima, um adolescente de 17 anos, sem passagens pela polícia, conduzia uma motocicleta Honda CG 150, quando foi alvejado por diversos disparos de arma de fogo.

O crime chocou vizinhos e amigos, que indagam a motivação do crime. A execução aconteceu às 7h15 desta segunda-feira, na rua Boa Vista, bairro Córrego Alto. Wesley Pereira Nazareno, de 17 anos, trabalhava como serralheiro, e havia passado a noite na casa da namorada. Pela manhã, ao chegar para trocar de roupa e ir para o trabalho, foi surpreendido em uma tocaia e alvejado com sete tiros disparos com uma pistola .40. O atirador foi visto escondido atrás de um poste.

No local do crime foram recolhidas pela Perícia da Polícia Civil, sete cápsulas deflagradas. As armas .40 são de uso exclusivo da polícia. O impacto do projétil derruba uma pessoa, mas a munição não atravessa o corpo, justamente para evitar atingir mais de um alvo em uma ação policial.

O sargento PM Gilberto, que atuou na ocorrência, disse que a polícia acredita na possibilidade de um crime passional, pois Wesley não tinha passagens pela polícia. “Mas isso fica a cargo agora da Polícia Civil conduzir as investigações, inclusive sobre o suspeito”, concluiu.

Durante o registro da ocorrência a Polícia Militar recebeu diversas ligações telefônicas informando que o nome do autor do crime, um menor de idade que em data anterior entrou em atrito com a vítima, quando ambos fizeram ameaças um contra o outro.

Em diligências pelo bairro o suspeito foi encontrado e apreendido. Pesa contra o suspeito a acusação de outro homicídio ocorrido no dia 14 de fevereiro deste ano, quando foi morto Esse de Oliveira.

A mãe do jovem suspeito do crime informou que o filho saiu de casa por volta de 8h30min e o jovem disse que tinha saído às 7h40. O adolescente foi apreendido e levado para a Delegacia de Polícia Civil.

Luta e superação

Eduardo Pereira, tio de Wesley, disse que o sobrinho era tranquilo, trabalhador e muito sossegado.  “Nossa vida sempre foi muito difícil, ele tratou-se de uma leucemia, recuperou-se, arrumou um emprego como menor aprendiz e agora terminou dessa forma, morto covardemente”, lamentou o tio.

Sobre o que espera da Justiça, o tio desabafou: “Esperamos que a Justiça tome conta e cobre o que fizeram com o menino. O mundo do jeito que está, não dá para viver. O trabalhador não tem liberdade”, concluiu.

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