04 de dezembro, de 2013 | 16:05

Ronney é culpado

Réu cumprirá 15,4 anos de prisão por morte de travesti ocorrida dentro de motel no bairro Mangueiras


FABRICIANO - Durou cerca de 10 horas, no Fórum Orlando Milanez, da Comarca de Coronel Fabriciano, o julgamento de Ronney Oliveira Bramusse, de 36 anos. Ele respondeu pela acusação de matar o travesti, Ronaldo Sabino de Lima, na época com 25 anos, conhecido como Rayssa.

Considerado culpado, pelo Júri Popular, Ronney foi condenado a uma pena de 15 anos, 4 meses e 15 dias de prisão, anunciada pelo juiz William Matheus Fogaça de Moraes. A reunião do Conselho de Sentença começou por volta das 10h, quando foram ouvidas as testemunhas.

O julgamento foi feito com o auditório praticamente vazio. Apesar da repercussão do caso, poucas pessoas acompanharam o Júri pela manhã e, à tarde, a sala ficou ainda mais vazia.

Por volta das 16h o Ministério Público concluiu a acusação e pediu a pena máxima prevista para o crime de homicídio duplamente qualificado. Apesar da atenuante da confissão do réu, o fato de ser reincidente em homicídio e ter praticado o crime de forma cruel, pesou na definição da pena.

Os advogados Thiago Xavier de Souza e Caster Lúcio Rodrigues de Abreu atuaram na defesa do réu. Como no seu depoimento, Ronney confessou o crime, os advogados tiveram a alternativa de pedir a redução de pena e usaram para sustentar essa decisão, um assunto polêmico.

Na hora em que foi falar, Ronney Bramusse  assumiu a autoria do assassinato do travesti Ronaldo, mas disse que houve um mandante. Citou o nome de um rapaz com quem convivia e o teria convencido a praticar o crime. O motivo alegado é que o travesti praticava extorsão contra o amigo dele, que queria pôr um fim ao “tormento”.

Yasmini Gomes


promotora


Ronney também confirmou que, nas horas que antecederam o crime encontrou-se com o amigo com quem bebeu cerveja. “Sai desse local de encontro com esse rapaz com a cabeça quente”, confessou. 

O réu também disse que chegou a relatar toda a história para os policiais que o prenderam, na cidade de Espera Feliz, para onde fugiu após o crime, mas isso não apareceu no inquérito entregue à Justiça.

Os advogados de defesa do réu usam o argumento da existência do mandante do crime, que está impune. Apesar da polêmica, ao fim do julgamento, a defesa disse que não vai recorrer.

Em uma de suas falas, a Promotora de Justiça, Juliana da Silva Pinto, afirmou que nesta quarta-feira o que se julgou foi o crime cometido por Ronney contra Ronaldo Sabino. "Se houve falha no processo ou não, se há um mandante, ou não, isso é coisa para se resolver posteriormente", enfatizou.

 

O QUE JÁ FOI PUBLICADO:

 

Acusado de matar travesti  em motel vai a júri popular

Crime teve grande repercussão e acusado já foi condenado por matar a prima 

Wellington Fred


Ronney Bramusse


FABRICIANO – Está agendado para amanhã, dia 4, no Fórum Orlando Milanez, o julgamento de Ronney Oliveira Bramusse, de 36 anos. Acusado de matar o travesti, Ronaldo Sabino de Lima, na época com 25 anos, conhecido como Rayssa, será a segunda vez que Ronney vai a julgamento do por homicídio na comarca. O crime do transexual teve grande repercussão, porque a vítima levou 13 golpes de canivete enquanto estava com o acusado, em uma suíte de motel.

O crime ocorreu em novembro de 2010, em um estabelecimento no bairro Mangueiras, em Fabriciano. A vítima foi encontrada caída ao pé da escada de acesso à suíte. A confusão teria começado por volta das 2h30. Na suíte foram encontradas várias garrafas de cerveja quebradas, sinais de luta corporal, presumindo-se que após ser agredida e ferida, a vítima saiu do quarto e caiu na garagem.

O laudo de necropsia, feito no Instituto Médico-Legal confirmou que a vítima recebeu 13 golpes de canivete, uma arma com aproximados 15 centímetros de lâmina, encontrada jogada no pátio do motel. A polícia conseguiu chegar ao suspeito do crime porque Ronney Bramusse deixou para trás o documento do veículo em que estava, o Fiat Uno azul placas LAY-0668, emprestado pelo pai do acusado.

A sessão do Júri Popular desta quarta-feira, esta marcada para às 9h e será presidida pelo juiz da Vara Criminal, William Matheus Fogaça de Moraes. A promotora de Justiça Juliana da Silva Pinto será a responsável pela acusação e os advogados Thiago Xavier de Souza e Caster Lúcio Rodrigues de Abreu atuarão na defesa do réu, nomeados pela Justiça.

A denúncia do Ministério Público é de homicídio qualificado. Para o MP, o homicídio foi cometido por meio cruel, em que a vítima foi atraída para uma emboscada e teve dificultada a sua defesa.

O advogado Caster Lúcio Rodrigues de Abreu informou ao DIÁRIO DO AÇO que a defesa inicialmente tentará uma redução da pena. “É um processo de grande repercussão no Vale do Aço, vamos contar com a Justiça e desempenhar o nosso trabalho da melhor forma possível”, afirmou o profissional.

Divulgação


HOMICIDIO MOTEL INTERNA


Acusado já tinha cumprido pena por crime de grande repercussão

Ronney Bramusse foi preso em abril de 2011, no município de Espera Feliz, na Zona da Mata, enquanto estava foragido da polícia depois do crime em Coronel Fabriciano. Ronney também já foi condenado e cumpriu pena por matar a própria prima, Leila Bramusse, de 19 anos, estrangulada.

O crime foi em novembro de 1998, no bairro JK em Fabriciano. Pelo assassinato da prima, que teria ocorrido por ciúmes, o acusado foi condenado a uma pena de 19 anos e 9 meses de prisão.

Em 2006, depois de cumprir pena na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, Ronney Bramusse teve autorização para sair da cadeia para cursar a faculdade de Farmácia, conforme previsto pela Lei de Execuções Penais.

 

 

 

Veja o que já foi publicado:

Travesti é assassinado em motel - 09/11/2010

Foragido de Coronel Fabriciano é preso em Espera Feliz - 19/04/2011

MAIS:

Três tentativas de homicídio no fim de semana - 01/12/2013

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