28 de setembro, de 2013 | 00:05

Delegada alerta sobre aumento de crianças entre 11 e 13 anos com vida sexual ativa

“Os pais precisam ficar atentos aos relacionamentos de suas filhas, a idade dos companheiros e aos atos praticados na relação”


IPATINGA – O número de crianças entre 11 e 13 anos que mantém relações sexuais com adultos tem aumentado no município nos últimos meses. A delegada de Mulheres, Amanda Morais, que também atua nos casos que envolvem crianças e adolescentes, alerta sobre as ocorrências e lembra que, mesmo com o consentimento da criança, o ato é considerado estupro de vulnerável.

 

A delegada explica, em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, que só no mês de setembro, foram registrados mais de seis casos. “Pais chegam à delegacia de Mulheres alegando que as filhas de 11 a 13 anos foram abusadas pelos namorados, que quase sempre são maiores de 18 anos. Isso é preocupante não só pelo risco de gravidez, mas também pelas doenças sexualmente transmissíveis”.

 

Para a delegada, casos assim podem ser evitados por meio de uma atitude da própria família. “Os pais precisam ficar atentos aos relacionamentos de suas filhas, a idade dos companheiros e aos atos praticados na relação. Aos 11 anos, a pessoa ainda é uma criança, que não sabe julgar o que é certo ou errado. Como é que um pai deixa uma menina de 11 anos namorar um maior de 18 anos?”.

 

Como apontou a delegada, a maioria das crianças que chega a delegacia acompanhada dos pais, relata que sabia o que fazia. “Eu fiquei assustada quando ouvi a criança falando que fez sexo com o namorado maior de 18 anos porque quis. Além da decepção para os pais, essa criança está sendo privada da infância e corre vários riscos, como já apontados”.

 

Amanda Morais explicou que mesmo com o consentimento da criança, um inquérito policial é instaurado e o caso é julgado como estupro de vulnerável. “A lei é clara quando aponta que uma criança com idade inferior a 14 não tem condições de consentir a relação sexual. Acredita-se que, mesmo quando a criança realiza o ato sexual por vontade própria, ao ser menor de 14 anos, ela ainda não tem maturidade sexual para decidir sobre isso. Nesse caso, o ato sexual, consentido ou não, é considerado estupro de vulnerável”.

 

Descuidos 

A delegada concluiu reforçando que além de terem controle sobre os relacionamentos dos filhos, os pais devem proibir que adolescentes frequentem ambientes adultos. “Tem ambientes que crianças nem deveriam frequentar sem a companhia dos pais, mas frequentam. O que mais vemos são adolescentes em shows, bares e outras festas. O pai precisa saber controlar o filho. Não basta apenas esperar o ato acontecer e depois chamar a polícia. A prevenção deve começar dentro de casa”, concluiu a delegada Amanda Morais.

 

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