10 de julho, de 2013 | 11:25

Metalúrgico volta atrás e, perante o Júri Popular, nega que tenha mandato matar a mulher em outubro do ano passado

Wellington Fred
Julgamento no Tribunal do Júri de Ipatinga Julgamento no Tribunal do Júri de Ipatinga

Dezenas de pessoas, principalmente familiares, acompanham desde o começo da manhã de hoje o julgamento do metalúrgico Adelino Lane dos Santos, de 38 anos.

Ele está hoje no banco dos réus do salão do Tribunal do Júri Vito Gaggiato, no Fórum de Ipatinga, acusado de mandar matar a mulher dele, Joana Aparecida da Silva Santos, de 49 anos.

Adelino surpreendeu a todos quando depôs perante o Júri Popular, a juíza que preside a sessão, Ludmila Lins Grilo e o promotor que atua na acusação, Bruno Jardini, quando voltou atrás e negou, tanto o crime quanto a trama armada para que o assassinato da mulher parecesse um latrocínio. O advogado Eliseu Borges Brasil atua na defesa do acusado.

O crime foi registrado na rua Serra Azul, bairro Panorama, por volta das 2h do dia 5 de outubro do ano passado. Dois homens invadiram a casa em que estava a família e renderam mãe e filho de 14 anos, que dormiam juntos. Um dos criminosos matou a mulher com um golpe de faca no pescoço, na presença do filho dela, de 14 anos.
Reprodução
Testemunhas relatam que Adelino e Joana tinham um relacionamento conturbado Testemunhas relatam que Adelino e Joana tinham um relacionamento conturbado

Quando foi preso poucos dias depois do crime, Adelino confessou que era o mandante do assassinato em depoimentos, primeiro para a Polícia Militar e depois na Delegacia de Polícia Civil.

A surpresa maior, à época, foi a descoberta de que o bárbaro crime foi praticado por dois adolescentes, um de 15 e outro de 16 anos, que também foram apreendidos,  confessaram a participação no crime e foram liberados.

Fazia parte do crime uma encenação para se fazer acreditar que se tratava de um latrocínio, roubo seguido de morte. Adelino confessou também que forneceu uma cópia de chave para que os assassinos entrassem na casa, bem como informou o local onde havia guardado o dinheiro, debaixo do colchão da cama do casal, um total de R$ 10 mil.

Entre as contradições apresentadas no julgamento nesta quarta-feira, Adelino Lane disse que pagaria aos adolescentes R$ 5 mil, mas apenas para roubar o dinheiro que ele havia escondido dentro de um colchão. Na época, o caso chegou a ser tratado como latrocínio, versão que caiu no dia seguinte.

Relacionamento conturbado

Familiares afirmaram, à época, que Joana e Adelino tinham problemas de relacionamento havia muito tempo. Havia até o registro de uma tentativa dele de matar Joana Aparecida, quando a jogou de um barco na lagoa Silvana. A mulher se salvou naquela época porque a filha, de dez anos, gritou muito e Adelino resgatou a mulher da água.

A motivação relatada por Adelino era a possibilidade da perda da guarda dos filhos, no caso de uma separação judicial. Até então, Adelino não tinha passagens pela polícia.

Já os dois adolescentes que assumiram a empreitada criminosa são antigos conhecidos, por passagens principalmente por assaltos à mão armada. Se for considerado culpado pelo júri popular por crime de homicídio qualificado, Adelino pode pegar uma pena superior a 20 anos de prisão.

Wellington Fred
O crime foi registrado na rua Serra Azul, bairro Panorama, por volta das 2h do dia 5 de outubro de 2012O crime foi registrado na rua Serra Azul, bairro Panorama, por volta das 2h do dia 5 de outubro de 2012
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário