08 de novembro, de 2011 | 00:29
Tiro e morte dentro de boate no Ayrton Senna
Ninguém soube apontar quem seria o autor do disparo dentro da casa noturna, que matou um e deixou outro ferido.
IPATINGA - A Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida (DACcV) de Ipatinga investiga um homicídio ocorrido no interior da boate Griffe, na rua F, no residencial Ayrton Senna. O crime ocorreu durante a madrugada do último domingo (6). Para complicar a situação, segundo denúncias, funcionários da boate arrastaram o corpo da vítima para fora do local.
Por motivos ainda desconhecidos, Cláudio José Silva, 35 anos anos, morreu com um tiro na cabeça. O mesmo projétil disparado contra a vítima atingiu ainda outra pessoa, Gilberto Paraguai Lopes, 19 anos, na face, porém sem gravidade. Ninguém soube apontar quem seria o autor do disparo dentro da casa noturna.
Após o tiro contra Cláudio, segundo a PM, o proprietário Marcos Oliveira Rodrigues, 39, determinou a três seguranças que jogassem o corpo da vítima para fora do estabelecimento. Os policiais encontraram o cadáver junto à calçada, e o óbito foi confirmado pelos profissionais do Samu. Como o local foi alterado, um perito e um delegado foram ao local do crime.
Após a perícia da Polícia Civil, o corpo de Cláudio, que morava na rua Pindorama, no bairro Iguaçu, foi removido e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). Os policiais militares e civis determinaram que o proprietário da boate e três seguranças fossem levados para se explicar na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
O sargento Pereira, da 152ª Companhia PM, informou que a Polícia Militar foi acionada após o disparo. As portas estavam fechadas, e só conseguimos falar com o proprietário cerca de 30 minutos depois. Ele já estava com o advogado. Ele negou que houve tiro na boate, mas havia marcas de sangue. A vítima foi atingida próximo da caixa de som no palco e arrastada por alguém até a calçada”, disse o militar.
A boate, segundo o sargento, tem cinco câmeras, porém elas não estariam em funcionamento; além dos seguranças, que alegaram não ter usado detector de metal naquela noite. Já fizemos operação no local. Esta boate já foi alvo de abaixo-assinado dos moradores pedindo mais operações policiais nas proximidades”, acrescentou o sargento Pereira.
Fraude
Marcos e três seguranças foram ouvidos pela equipe do delegado plantonista Rodrigo Manhães. Ele revelou que já existem algumas pistas acerca da autoria do crime. Sobre a mudança na cena do crime, foi instaurado um outro inquérito. O proprietário e os seguranças retiraram o corpo, violaram o local, arrastaram para a parte externa e trancaram a porta. Para influenciar o trabalho de investigação policial”, explicou o delegado.
Os quatro vão responder por fraude processual com aumento de pena, conforme o artigo 347 do Código Penal. Eles negaram, mas nós temos pessoas que viram o segurança tirando corpo a mando do proprietário”, acrescentou Manhães, que arbitrou a fiança de R$ 9 mil para Marcos e R$ 3 mil para cada um dos três seguranças autuados.
Os dois inquéritos, homicídio e fraude processual, serão presididos pela delegada Irene Angélica Franco e Silva Guimarães, titular da DACcV. Ela informou que até o final da tarde dessa segunda-feira os autuados pela fraude não pagaram a fiança.
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