19 de agosto, de 2011 | 00:06

Bordadeira suspeita de golpes de R$ 1 milhão

Polícia Civil acredita que golpe do "empréstimo para pagar processo contra estupro" pode ter lesado mais de 100 pessoas na região

IPATINGA - A bordadeira Fátima Imaculada Viegas, de 48 anos, foi presa nessa quinta-feira (18) por policiais civis sob suspeita de lesar dezenas de pessoas. O valor do prejuízo em anos de golpes pode ultrapassar o R$ 1 milhão. Ela estava morando atualmente em Coronel Fabriciano, para onde se mudou recentemente.
O caso é complexo, como avaliou o delegado Alexsander Esteves Palmeira, que autuou Fátima em flagrante no fim da tarde de quinta-feira na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC). “Não temos como precisar o número de vítimas, mas, pelos relatos das pessoas, pode ultrapassar a 100”, comentou o delegado.
Uma das vítimas, uma cabeleireira de 54 anos, disse que ficou no prejuízo de cerca de R$ 94 mil. “Conheci ela em outubro do ano passado. Ela tem um poder de convencimento muito forte e, quando fiz as contas, já eram quase R$ 100 mil. Agora, cansei e tem mais gente que foi enganada”, contou a mulher, que teve uma irmã vítima também.
Segundo Alexsander, Fátima alega que tem um processo para receber de R$ 1 milhão do Estado do Rio de Janeiro. “Ela diz que foi estuprada em um convento (católico) e pede dinheiro para mexer com o processo. Ela pegava quantias pequenas, de pouco a pouco”, acrescentou o delegado após colher o depoimento da bordadeira.

Pagamento
Ao conversar com o DIÁRIO DO AÇO, Fátima começou a chorar e falou muito pouco. Ela alegou apenas que vai pagar o que pegou emprestado, mas não conseguiu explicar como seria feito o pagamento às diversas vítimas. Ela foi autuada em flagrante por crime de estelionato e encaminhada ao Ceresp de Ipatinga.
O delegado Alexsander pediu para às possíveis vítimas de Fátima procurarem a delegacia para fazer uma representação e aumentar as provas, pois ele terá dez dias para finalizar o inquérito e remetê-lo para a Justiça. O policial vai investigar a participação do marido da mulher, pois há suspeita de que foi usada uma conta dele para o depósito do dinheiro.