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20 de abril, de 2011 | 00:00

Suspeito de matar travesti é detido em Espera Feliz

Wellington Fred


RONNEY, MATOU TRAVESTI

DA REDAÇÃO – Ronney de Oliveira Bramusse, de 34 anos, foi detido no início desta semana. Ele foi localizado na tarde de segunda-feira (18) em Espera Feliz, na Zona da Mata mineira, onde estava escondido desde o mês de novembro passado. Bramusse é suspeito de matar um travesti em um motel de Coronel Fabriciano, e desde então estava com o mandado de prisão expedido pela Justiça.
O DIÁRIO DO AÇO conversou pelo telefone com o tenente Luiz Hott, comandante do 4º Pelotão do 11º Batalhão da Polícia Militar, de Espera Feliz. Ele contou que há 15 dias recebeu denúncias sobre um foragido da Justiça morando na cidade. “Designamos uma equipe para averiguar as informações até localizar este suposto fugitivo do Vale do Aço”, contou o oficial.
Após os levantamentos, os militares, em conversa com os moradores da Praça da Bandeira, encontraram na Vila Nunes, 3-A, no centro de Espera Feliz, o endereço onde estaria o fugitivo. “Com nossa equipe, abordamos o rapaz quando ele saía de casa e ele alegou que se chamava Douglas e que havia perdido os documentos pessoais”, informou o tenente.
Segundo o comandante da PM de Espera Feliz, por cerca de duas horas os militares ficaram averiguando a situação do abordado. O rapaz foi levado para a delegacia, onde pegaram os dados dele e colheram suas impressões digitais. “Mas não batia com o tal Douglas. Encontramos uma Bíblia com um cartão da Unimed Vale do Aço e o nome raspado do cartão, onde aparecia uma letra R”, revelou.

Confissão
Diante de tantas contradições, Ronney confessou que realmente era foragido da Justiça de Coronel Fabriciano, onde ficou conhecido como o autor do crime do motel. Ainda segundo o tenente, o tempo em que ficou na cidade sem atrair a atenção da polícia se deve à ajuda de Marcos Mazaropi, proprietário de uma vidraçaria. “Apresentou à sociedade este rapaz dizendo que era uma pessoa trabalhadora, e neste tempo prestava serviço como eletricista”, citou.
Ronney foi encaminhado para a delegacia de Espera Feliz e ficou à disposição da Justiça. A “ajuda” de Marcos será investigada pela Polícia Civil, pois, segundo a PM, logo após o crime o suspeito teria ligado para o vidraceiro pedindo refúgio. Participaram da operação de recaptura do foragido os sargentos Gama, Lacerda e Meirelles, os cabos Oliveira e Valmir e os soldados Christóffori, Araújo e Samuel.
Ronney foi recambiado para Coronel Fabriciano pela equipe do delegado Gustavo Cecílio ainda nesta terça-feira. Ele chegou ao Vale do Aço à noite, sendo apresentado à imprensa e recolhido no presídio da comarca.
Assassinato brutal chocou o Vale do Aço 
O estudante e ex-presidiário Ronney Oliveira Bramusse, 34, é apontado como autor do violento homicídio ocorrido contra Ronaldo Sabino de Lima, 25, conhecido como “Rayssa”. Ronaldo foi morto a golpes de canivete na madrugada de 9 de novembro de 2010, na suíte 209 de um motel na avenida Rubens Siqueira Maia, no bairro Mangueiras, em Coronel Fabriciano.
Testemunhas relataram que Ronney e Rayssa chegaram ao motel por volta de 1h e pediram cervejas, cigarros e sabonete para a banheira. A confusão teria ocorrido por volta das 2h30. Na suíte foram encontradas várias garrafas de cerveja quebradas e sinais de luta, presumindo-se que após ser agredida a vítima saiu do quarto e caiu na garagem. O laudo do IML apontou que a vítima recebeu 13 golpes de canivete. A arma utilizada foi achada no pátio do motel.
Funcionárias do estabelecimento ouviram gritos e entraram no quarto, encontrando marcas de sangue nas paredes. Em seguida, viram o corpo da vítima caído no pé da escada. A polícia conseguiu chegar ao suspeito porque ele deixou para trás roupas e o documento do carro em que estava. Por meio da placa do veículo, foi verificado que pertencia ao pai de Ronney. O carro foi abandonado pelo suspeito na casa de um tio, também em Fabriciano.
O suspeito já tem passagem por homicídio ocorrido no bairro JK, em Fabriciano, no dia 15 de novembro de 1998. Ronney foi condenado a 19 anos e 9 meses de prisão, embora negasse a autoria do homicídio da prima, a modelo Leila Bramusse. Após estuprá-la, usou um fio da tomada de um ventilador para estrangular a vítima, um caso de grande repercussão.
Porém, um exame de DNA pago pela família e realizado com as provas recolhidas no corpo de Leila apontou que o rapaz era o autor do crime. Em 2006, depois de cumprir pena na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, Ronney conseguiu progressão de pena e saiu da cadeia para estudar Farmácia, conforme prevê a Lei de Execuções Penais.
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