12 de julho, de 2010 | 22:23

Criminosos voltam a aplicar golpe do falso sequestro

Delegacia de Ipatinga não registrava casos desde o início do ano

IPATINGA - Já conhecido pela polícia, o golpe do falso sequestro de um parente voltou a assustar moradores da região. Na última semana, as vítimas foram dois idosos do bairro Cariru. Depois de ficar quase uma hora ao telefone, sob o comando do suposto sequestrador de um de seus filhos, o aposentado D.Q., de 80 anos, por pouco não depositou a quantia de R$ 2 mil exigida pelo bandido.
Segundo relatou uma das filhas do casal, a mãe, de 76 anos, foi quem atendeu a ligação, feita a cobrar, às 13h20 da última terça-feira (6).
O suposto sequestrador teria informado à idosa que estava com um de seus filhos e pedia dinheiro para liberá-lo. Assustada, após ouvir uma segunda voz que apelava por socorro (-Mãe, eu tô todo machucado. Eles vão me matar), a idosa passou o telefone para o esposo. Confuso, D.Q. também acreditou que se tratasse de um de seus quatro filhos, que mora fora.
O golpista exigiu então que o idoso depositasse R$ 10 mil para liberar o filho. O aposentado ainda negociou com o criminoso para que o valor caísse para R$ 2 mil.
Preocupado, D.Q. pegou um ônibus e foi até a sua agência bancária, no Centro, enquanto a esposa foi mantida ao telefone. O bandido também monitorou o idoso, por meio de um celular, durante todo o trajeto. O golpe só não foi concluído porque a gerente do banco, notando o desequilíbrio emocional do cliente, impediu o depósito. A funcionária, que conhecia uma das filhas do casal, contactou-a e localizou o filho que o idoso julgava estar mantido sob domínio dos sequestradores.

Cuidados
Segundo o titular da Delegacia de Falsificações e Defraudações, João Luiz Martins, o número de golpes do falso sequestro despencou neste ano. Enquanto em outubro e novembro do ano passado a toda semana a delegacia registrava algum caso, neste ano o número praticamente zerou, disse.  “Eventualmente há ainda algum registro. Mas eles têm sido muito raros. Acho que a população está mais consciente, porque este golpe foi muito divulgado pelos órgãos de comunicação no ano passado”, observou.
O delegado, no entanto, lembra os cuidados que a população deve ter para não cair no golpe. “A população não deve acreditar, em hipótese alguma. Em 99,99% dos casos, é um golpe. A pessoa também não deve fornecer informações para o golpista, porque ele se utiliza exatamente desses dados para fazer a chantagem”, alertou.
João Luiz explicou ainda que é muito difícil chegar até os autores, pois geralmente eles utilizam celulares pré-pagos, adquiridos com documentação falsa. A maioria fala de dentro de penitenciárias do país. Por isso, o melhor remédio ainda é se prevenir.