21 de maio, de 2010 | 22:20

Trio assalta ótica mas não escapa do cerco policial

Os menores resolveram agir de repente, sem qualquer planejamento

IPATINGA - Um grande aparato policial atraiu a atenção de várias pessoas na manhã desta sexta-feira (21). Três adolescentes, de 17 anos, assaltaram uma ótica e acabaram se refugiando em uma casa de bicicletas na rua Ouro Preto com a rua Araguari, no Centro. O local foi cercado até a apreensão dos menores infratores, cena que provocou até uma salva de palmas da população.
Os garotos, todos com capacetes nas cabeças, renderam as funcionárias da joalheria e ótica Real, na rua Diamantina. Eles pegaram relógios, joias e outros objetos que estavam na vitrine da entrada, enquanto apontavam um revólver para as cabeças das vítimas. “Neste momento, dentro do ônibus que seguia para o trabalho, vi o assalto”, contou o agente da Polícia Civil Rogério, que recebeu a ajuda dos colegas Marcelo e André.
Ele desceu do coletivo, e os assaltantes se assustaram. O policial civil pediu reforços e, com o apoio de policiais militares, coordenados pelas imagens do Olho Vivo, localizaram o trio, que tentou se esconder em uma casa de bicicletas, na rua Ouro Preto com a rua Araguari. Quando eles entraram no estabelecimento, os funcionários saíram correndo. “Só vi eles indo para o depósito da loja e saímos correndo”, disse Wilson Machado Campos, 23, que trabalha no local.
O local foi cercado por policiais militares até a confirmação de que não havia nenhum refém. O delegado regional João Xingó de Oliveira enviou equipes para o local, chefiadas pelos delegados Renato Gavião e Thiago Henriques. Os policiais civis invadiram o comércio e renderam os adolescentes. Foi apreendido o revólver calibre 38.
Com os assaltantes, que ao serem colocados nas viaturas policiais ouviram palmas da população comemorando o final da ação, foram apreendidos também os objetos roubados na ótica, que estavam dentro de um saco, além dos capacetes que o trio usava. “A nossa ação foi rápida e com grande poder de fogo, eles não tiveram chances. Todos os adolescentes têm passagens pela polícia”, contou o delegado Renato.

Olho Vivo
Os policiais militares foram acompanhados pelo capitão Luiz Magalhães. Ele apontou que as câmeras do Olho Vivo, sistema de monitoramento eletrônico, auxiliaram o acompanhamento dos assaltantes. “Eles sumiram na hora que ficaram embaixo da marquise, aqui em frente à loja. Como não continuaram a correr, fechamos o cerco”, contou o oficial, ressaltando a importância do Olho Vivo para a segurança na área central.
Em conversa com os adolescentes, já na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC), eles disseram ao DIÁRIO DO AÇO que resolveram agir de repente, sem planejamento. “A arma era minha, que troquei por vários objetos. Não tinha mais ninguém conosco, os capacetes eram dos mototaxistas que trouxeram a gente até o Centro. Acho que se assustaram e fugiram”, disse um dos menores.
O proprietário da ótica Real, Edmar Alves Fernandes, 36, se sentiu aliviado com a recuperação do material roubado. Em um mês, é o segundo estabelecimento de sua rede de lojas assaltado. “No bairro Canaã, fui roubado. Tenho um funcionário que chegou a ser baleado em outro assalto. Graças à ação rápida da polícia, acabou tudo bem”, comemorou o empresário.
As vítimas suspeitam que um dos adolescentes teria participação no outro assalto ocorrido no bairro Canaã. Todos os menores foram autuados em flagrante pelo delegado João Luiz, que estava de prontidão na 1ª DRPC. Eles serão investigados enquanto estiverem internados no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Ipatinga.