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21 de maio, de 2009 | 00:00

Fabricianense é julgado por assalto em Portugal

Garçom alega ter sido forçado a participar de ataque a banco por colega morto pela polícia

Reprodução/TV


Imagens de Wellington (E) e Nilson, baleado pela polícia, durante o assalto em Lisboa
DA REDAÇÃO - O garçom Wellington Rodrigues Nazaré, 24, de Coronel Fabriciano, terá sua vida definida na próxima semana pela Justiça de Portugal. Ele é sobrevivente de um assalto malsucedido a uma agência bancária de Lisboa, ocorrido no dia 7 de agosto do ano passado. Seu cúmplice, Nilson Ferreira de Souza, 32, também mineiro, de Montes Claros, foi morto a tiros por atiradores de elite depois que eles fizeram alguns clientes do banco reféns. Wellington também foi baleado, mas conseguiu escapar da morte.De acordo com a imprensa portuguesa, que acompanha todo o desenrolar do caso desde o ano passado, Wellington Nazaré mostrou-se “arrependido” no primeiro dia de julgamento, ocorrido na semana passada. Ele disse que não tinha a intenção de matar ninguém durante o assalto à agência do BES (Banco do Espírito Santo) de Campolide, em Lisboa, e que foi “arrastado” pelo companheiro morto a tiros.“Coisa errada”Wellington começou a ser julgado no Fórum de Boa Hora por um Tribunal de Júri, acusado de tentativa de roubo, de seis crimes de sequestro e um de posse de arma proibida. Pouco articulado e visivelmente nervoso, o fabricianense deu a sua versão dos fatos. “Quando o Nilson falou comigo para fazermos o assalto, eu disse que não conseguiria e que era uma coisa errada. Depois, ele disse que eu apenas tinha de vigiar a porta”, afirmou o garçom.Durante o ataque à agência bancária, o fabricianense admitiu ter disparado um tiro “para o ar”, alegando que estava sob grande pressão, mas insistiu que nunca teve intenção de ferir nenhum dos reféns. Wellington disse que ainda tentou convencer o companheiro a se entregar às autoridades portuguesas, mas ele preferiu o confronto, no qual foi morto. “Só queria que tudo acabasse”, afirmou ao júri português.ContraditórioA gerente do banco assaltado, Ana Antunes, não corroborou a versão de Wellington. A mulher desmentiu o réu e disse ter ouvido o brasileiro dizer, por diversas vezes: “Prisão não, senão mato a minha mãe do coração. É melhor pedir quatro caixões. Antes morrer que ir para a prisão.”Outra funcionária do banco, que também foi feita refém, contou que Wellington e seu parceiro diziam a todo momento: “Vocês vão morrer.” Ela disse ainda que em nenhum momento os dois mineiros baixaram suas armas. “Fui à casa de banho (banheiro) com uma arma apontada à cabeça”, contou a funcionária, que disse ter ficado marcado em sua cabeça o momento em que Nilson pegou numa faca e simulou que ia ferir o seu colega. “Fechei os olhos, pensei que iam mesmo matá-lo”, contou.PenaO julgamento prossegue na próxima semana e, caso seja considerado culpado, o fabricianense poderá pegar uma pena mínima de dez anos. O advogado de defesa de Wellington confirmou à imprensa portuguesa as contradições ouvidas no Tribunal. “Espero que se apure quem está a contar a verdade”, cobrou João Martins Leitão, acrescentando que Wellington “não merece uma medalha, mas tem de ser punido pela culpa dele (réu), e não pela culpa do Nilson”.
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