20 de março, de 2009 | 00:00

Comunicação ilegal é investigada pela PF

Suspeitos de Caratinga e Ubaporanga usavam satélite militar dos EUA

Fotos: Divulgação PF


Antenas em Caratinga faziam conexão com satélite controlado por militares nos EUA
IPATINGA – A presença de agentes da Polícia Federal nesta semana em Ipatinga chamou a atenção de muitas pessoas, que relacionaram a passagem dos policiais ao momento de instabilidade política no município. Mas não havia qualquer relação. Na verdade, os policiais se dirigiram aos vizinhos municípios de Caratinga e Ubaporanga, onde, na quarta-feira (18), executaram ordens de busca e apreensão na “Operação Satélite”.Segundo balanço divulgado pela Assessoria de Comunicação da PF em Belo Horizonte, todos os alvos da busca foram alcançados, com apreensões de transmissores, rádios, antenas e acessórios que ainda estão sendo catalogados. Em Minas Gerais, apenas um dos suspeitos foi preso, na cidade de Unaí. A PF evita divulgar detalhes porque os envolvidos ainda prestarão depoimento.Na operação foram cumpridos 20 mandados expedidos pela 2ª Vara Federal de Florianópolis (SC). A operação envolveu suspeitos de uso ilegal de equipamentos de comunicação em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.A operação visa decifrar a motivação do uso ilegal dos satélites Fleetsat-8 e UFO. A frequência e direção dos satélites eram localizadas por meio de transceptores e antenas fabricados de forma “caseira”, para fazer ligações com satélites militares. A suspeita dos policiais é de que os usuários ilegais dos satélites tenham ligação com o narcotráfico ou crime organizado.

PF desconfia que comunicação digital prestava apoio ao crime organizado
Coordenadas dos EUA A PF chegou aos suspeitos por meio de coordenadas geográficas dos pontos indicados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, controlador dos satélites. Minas liderava as ligações clandestinas. Dos 20 mandados de busca e apreensão expedidos, 10 foram cumpridos no Estado, nas cidades de Caratinga (6), Governador Valadares (2) e Ubaporanga (1), todas no Vale do Rio Doce, e em Uberlândia (1), no Triângulo Mineiro.Conforme a PF, os infratores, cujos nomes não foram divulgados, poderão ser indiciados pelo crime inscrito no artigo 183 da Lei 9472/97, a Lei Geral das Telecomunicações, que trata das penalidades para quem desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação. Inicialmente, as penas variam de dois a quatro anos de prisão, além de multa.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário