17 de fevereiro, de 2009 | 00:00

Ajudante mata colega por causa de R$ 30

Fotos: Wellington Fred


“Peixinho” (detalhe) foi morto com golpes de machadinha em um depósito de carvão
IPATINGA - A cobrança de uma dívida de R$ 30, relativa à venda de um sapato, é apontada como a motivação para um homicídio ocorrido na noite do último sábado, e só descoberto na manhã de ontem, no bairro Canaãzinho, em Ipatinga. O ajudante de pedreiro Roberto Fernandes Ribeiro, o “Peixinho”, 33, morreu com vários golpes de machadinha na cabeça. O crime teria sido cometido por um colega da vítima, identificado como Edenilson Reis de Oliveira, o “Nilsinho”, 21.O crime foi descoberto por acaso pelo vigilante Efigênio Adriano Gomes, 58. Proprietário de um depósito de munha de carvão na rua Amnon, no Canaãzinho, quando chegou ontem para trabalhar Efigênio se deparou com o corpo de “Peixinho” totalmente desfigurado, caído em meio às sacas.O proprietário do galpão não conhecia a vítima. “Vim aqui separar duas sacas com carvão. Tomei o maior susto, pensei até que ele estivesse vivo. Infelizmente, tem uma parte aberta no vizinho onde esse povo tem como entrar aqui no local”, contou Efigênio.Durante os trabalhos em busca de pistas e evidências, o perito Gilmar Miranda encontrou dinheiro com a vítima, além outros objetos pessoais. Chamou a atenção uma lata de refrigerante usada para fumar crack.BicicletaFamiliares de “Peixinho” contaram ao DIÁRIO DO AÇO que ele foi visto pela última vez por volta das 18h de sábado, com uma das suas três filhas, no quadro da sua bicicleta. Depois de deixar a criança em casa, na rua Joel, desapareceu sem deixar vestígios. “Ele deixou a esposa de resguardo, com uma criança de 15 dias de nascida”, contou seu cunhado Antônio Marcos Viana da Silva, 37.No domingo pela manhã, antes da localização do corpo de “Peixinho”, os cabos Mauro e Santana registraram o encontro da sua bicicleta, no terreno ao lado do depósito de carvão. O detalhe é que o autor da solicitação à PM foi o próprio “Nilsinho”, preso 24 horas depois e acusado do crime.DesconfiançaOntem de manhã, quando o corpo de “Peixinho” foi encontrado, os policiais militares desconfiaram de “Nilsinho”, pois ele conhecia a vítima, mas não disse de quem seria a bicicleta localizada no domingo. Com o apoio do Serviço de Inteligência, a PM chegou até o local onde ele estava trabalhando, em uma obra no bairro Bom Retiro, onde ele foi preso e acabou confessando o crime.“Nilsinho” ainda tentou negar o assassinato de “Peixinho”, mas acabou confessando que houve um desentendimento com o antigo colega. O rapaz cobrava da vítima o pagamento de R$ 30 da venda de um sapato. Ele acabou mostrando onde jogou a machadinha após o crime, ferramenta apreendida pela PM.De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga, “Peixinho” morreu com pelo menos oito golpes de machadinha na região da cabeça e pescoço.

“Nilsinho”: assassinato brutal por causa de um sapato
EDENILSON REIS - “NILSINHO”“Agora, vou comer de graça”Assassino confesso do ajudante de pedreiro Roberto Fernandes Ribeiro, o “Peixinho”, 33, Edenilson Reis de Oliveira, o “Nilsinho”, 21, não demonstrava nenhum arrependimento. Ele saiu há quatro meses do Ceresp, onde cumpria pena por uma tentativa de homicídio, e mora ao lado do local onde ocorreu o crime. Os dois envolvidos eram conterrâneos, de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, onde “Peixinho” já havia cumprido pena por assalto.Por que você matou seu colega?Pela venda do sapato, por R$ 30. Ele queria me matar. Não teve conversa, não.Vocês dois eram viciados em crack?Eu não fumo pedra, não. Ele fuma, é “noia”. Quando foi usar, agi. Estava consciente quando fiz isso.Está arrependido do que fez?Se ele viver hoje e estiver solto, mato ele de novo. Agora, vou pagar minha cadeia e sair para a rua de novo. Vou trabalhar, fui preso no trabalho, mas agora vou comer de graça.
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