26 de agosto, de 2008 | 00:00
Detetive executa perita e se mata na delegacia
Violência na delegacia de Ipatinga
Reprodução
A perita Rita de Cássia e o agente da Polícia Civil Eliezer Bhering haviam terminado um relacionamento de cinco anos
IPATINGA - A 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Ipatinga ficou fechada durante todo o dia de ontem e também permanece fechada hoje devido a uma situação trágica. O agente de polícia Eliezer Andrade Bhering, de 44 anos, matou a tiros de pistola calibre 40 a perita Rita de Cássia Oliveira Magalhães, de 42 anos. A motivação seria passional, devido ao fim do relacionamento de cinco anos do casal.Ele não aceitava o término e passou a perseguir a perita, conforme alguns amigos. A cena do crime foi presenciada pela reportagem do DIÁRIO DO AÇO quando conversava com alguns policiais na sala de inspetoria. Rita de Cássia chegou da banca examinadora do Detran por volta das 10h30 e passou por Eliezer, no pátio interno da delegacia.O agente foi atrás da perita e atirou três vezes. Dois tiros acertaram a cabeça de Rita de Cássia. Após alguns segundos, momento de correria e gritos de desespero, Eliezer atirou contra o ouvido direito. O crime motivou uma onda de desespero entre os policiais. Alguns chegavam empunhando armas, pensando que fosse algum atentado contra a polícia, mas ficaram abalados com a tragédia.Uma guarnição do Corpo de Bombeiros chegou ao local e prestou socorro à perita, que ainda estava viva. Eliezer morreu na hora com disparo na cabeça com a pistola calibre 40. Em pouco tempo chegou uma equipe do Samu, que tentou estabilizar a situação clínica da perita por alguns minutos, mas sem sucesso. Algumas pessoas passaram a orar durante o trabalho dos para-médicos.A delegacia foi fechada e os dois corpos removidos para o Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga. Eliezer será enterrado hoje, em Coronel Fabriciano. O corpo de Rita foi velado na capela do cemitério Parque Senhora da Paz, no bairro Veneza II. O horário do sepultamento ainda não foi definido, pois é aguardada a chegada de familiares dela que moram em Portugal.VistoriaEliezer, que atualmente prestava serviço na vistoria de veículos, era separado da sua primeira mulher e passou quase cinco anos morando com a perita Rita. Ela também era separada do primeiro relacionamento, que gerou dois filhos, hoje com 15 e 19 anos. Os dois filhos foram até a delegacia e tiveram que ser amparados pelos colegas da mãe.O delegado regional Leonardo Dias Vieira, em entrevista coletiva, lamentou o episódio, que deixou a Polícia Civil de luto. Os dois eram bons policiais e prestaram relevantes serviços à corporação. O atendimento na delegacia, no caso de prisões, será feito pela Seccional de Coronel Fabriciano até amanhã (hoje)”, disse o policial. A arma usada por Eliezer, segundo ele, era do Estado.Apesar de Eliezer tirar a própria vida após matar Rita de Cássia, é procedimento de praxe a instauração de inquérito policial. Ele será presidido pelo delegado da Crimes contra a Vida, Reinaldo Felício Lima. O delegado regional disse não saber das supostas ameaças que o agente Eliezer estaria fazendo contra a perita.
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