12 de agosto, de 2008 | 00:00

Família de fabricianense em Portugal tentará a extradição

Wellington Fred


Roseli segura a foto do irmão, baleado pela polícia em tentativa frustrada de assalto a banco em Lisboa
FABRICIANO - “Meu irmão não tem esta índole. Ele não é bandido”. É assim que a comerciária Roseli Rodrigues Nazaré, de 27 anos, definiu o irmão, o garçom Wellington Rodrigues Nazaré, de 23 anos. Ele foi baleado pela polícia portuguesa ao participar de uma tentativa frustrada de assalto a banco. O colega de Wellington, o mineiro de Montes Claros Nilson Ferreira de Souza, de 32 anos, morreu abatido pelos atiradores de elite. A família vai buscar apoio para que a Justiça de Portugal extradite o rapaz para o Brasil.O DIÁRIO DO AÇO contatou a família do mineiro Wellington Nazaré, que reside no bairro Caladinho de Cima. Os pais e as irmãs informaram que estavam assustados com toda a repercussão do fato na imprensa. “Meu filho nunca me deu problema. Era uma pessoa trabalhadora. Foi para Portugal e pretendia voltar em dezembro para se casar”, disse o aposentado Juvercino Alves de Nazaré, de 56 anos.Roseli, a irmã de Wellington, também frisou que o rapaz trabalhou vários anos como garçom em restaurante e hotel no Vale do Aço. “Nem brigar na rua eu posso falar que ele brigou. Não entendo o que levou meu irmão, o caçula, a fazer isso”, observou a comerciária, suspeitando que algo ou alguém tenha obrigado o garçom a participar do assalto ao Banco Espírito Santo (BES), no Centro de Lisboa.Wellington estava em Portugal havia mais de um ano e meio. “Ele trabalhou todo este tempo numa pensão. Há poucos meses, disse que trocou de emprego para ganhar mais dinheiro, mas não disse que trabalho seria”, contou Roseli. A família está contando com apoio de amigos, familiares e até jornalistas portugueses para se manter informada sobre a situação do rapaz.InternadoO garçom está internado no Hospital São José, na unidade de Neurologia. Apesar da gravidade dos ferimentos, segundo informações dos próprios familiares, Wellington não corre risco de morte. Desde o último sábado o rapaz se encontra em prisão preventiva provisória, conforme as agências de notícias portuguesas.
Reprodução


Wellington foi baleado pela polícia portuguesa ao participar de uma tentativa frustrada de assalto a banco
A família de Wellington acrescentou ao DIÁRIO DO AÇO que o rapaz estava com planos para voltar ao Brasil em dezembro e se casar com a namorada, a prima T.A., de 18 anos. “O sonho dele era ficar cerca de cinco anos na Europa para fazer sua vida. Queremos que ele pague pelo que fez, mas gostaríamos que pudesse ser mandado para o Brasil, assim a família ficaria mais próxima dele. Tenho certeza de que meu irmão agiu sob impulso de algo”, insiste Roseli. InformaçõesOs familiares buscam, a todo momento, notícias na internet. O Ministério Público português acusa o brasileiro de cinco crimes de seqüestro com agravante de tentativa de assalto, com pena prevista entre 10 e 12 anos de prisão. Wellington foi baleado por atiradores da Polícia de Segurança Pública de Portugal na noite de quinta-feira. O desfecho, após nove horas, foi acompanhado em todo país ao vivo, pela televisão.A operação para libertar dois reféns que estavam sob poder dos assaltantes envolveu mais de 100 agentes da polícia portuguesa. O outro envolvido, Nilson Ferreira, foi morto a tiros. Segundo informações da imprensa do Norte de Minas, ele também seria uma pessoa sem problemas com a Justiça. Nilson era o terceiro filho de uma família de oito irmãos na localidade de Santana do Mundo Novo, a cerca de 30 quilômetros de Montes Claros. Havia um mês e meio que ele  estava em Portugal.
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