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13 de julho, de 2008 | 00:00

Mãe acusa colégio de perseguir o filho

Wellington Fred


Valquíria alega que o filho dela começou ser perseguido após sofrer um acidente grave no Tiradentes
IPATINGA - O Colégio Tiradentes da Polícia Militar, conhecido por seu rigor e disciplina militar, é acusado por uma mãe de aluno, que diz que seus funcionários perseguiram e transferiram compulsoriamente o estudante, de 13 anos. A denúncia é da balconista Valquíria Moreira Silva, 40, que procurou o DIÁRIO DO AÇO. O coronel Gilberto Cabral, diretor administrativo da instituição, nega a perseguição e alega que o garoto não se enquadrou nas normas do colégio.Valquíria disse que o filho dela sofreu um acidente em junho de 2006, na escola, quando começaram as perseguições. “Dois alunos empurraram meu filho para fora da sala e, ao tentar entrar, o vidro da porta quebrou cortando gravemente o braço esquerdo dele. Ele passou por cirurgias para reparar tendões, nervos e veias, quando ficou mais de um mês imobilizado”, disse a balconista.Ela fala que o colégio não prestou devido apoio no período em que o garoto ficou afastado. “Todo o gasto médico ficou por volta de R$ 8 mil. Naquele ano, ele foi reprovado e começaram as perseguições. Uma hora era o cabelo, outra hora era a cor do tênis. No último dia 3 fui convocada para uma reunião no colégio. Como estou trabalhando há pouco tempo, não pude comparecer”, conta.A mulher ficou chocada com a chegada ao local de seu trabalho, de uma viatura da PM, com uma notificação para ela assinar. “Era a transferência compulsória de meu filho. Mostrei para eles que o garoto era disléxico, entreguei os exames médicos. Procurei saber junto à Superintendência de Ensino e fui informada que a escola deveria ter um PDI (Plano Individual do Aluno) para estudante como meu filho. Eles nem sabiam disso”, desabafou.Nesta semana, o adolescente chegou a ir por alguns dias até a escola, porém não teve a entrada permitida, conforme informou Valquíria. Ela providenciou um advogado para acompanhar o caso. “Eles arrumaram uma escola para meu filho, no bairro Canaã, mas não posso arcar com o transporte agora. Pelo menos deveriam esperar o ano acabar”, finalizou a balconista.

O garoto de 13 anos ficou com o braço mais de um mês imobilizado no ano em que foi reprovado na escola
Outro ladoO DIÁRIO DO AÇO procurou o coronel Cabral, que responde administrativamente pelo Colégio Tiradentes. Ele informou que o estudante tem pelo menos 16 faltas diversas desde 2005, quando entrou no educandário. “A mãe deste estudante assinou um documento se comprometendo com as normas da escola. Foram dadas todas as chances e oportunidades”, acrescentou o oficial.Cabral afirma que a gota d’água na situação do estudante foi uma agressão contra um outro aluno durante a tradicional festa junina. “Houve a reunião do Conselho, formado por várias pessoas da escola e, devidamente convocada, ela não compareceu. O aluno foi transferido compulsoriamente. Cabe recurso por parte dos pais junto ao colégio, mas até agora não foi feito”, esclareceu.Ele disse que transferência como a ocorrida com o filho de Valquíria é um procedimento comum, como em qualquer colégio. “Temos cerca de 1.050 alunos e apenas um neste ano foi transferido. Número igual ao ano passado, de um outro aluno. Não houve perseguição, e sim, busca para se adequar às normas da escola”, ressaltou Cabral.O diretor disse que, apesar não ser obrigação da escola, conseguiu uma vaga em uma escola, situada praticamente à mesma distância da casa de Valquíria em relação ao Tiradentes. “Muitos pais procuram o colégio pela disciplina que é empregada por nós. Não tem nada disso de perseguição, e sim, seguir as normas”, finalizou o oficial, informando que dislexia não é motivo para indisciplina. “É problema de aprendizagem”.
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