04 de julho, de 2008 | 00:00

PC promete concluir o caso

Chacina de Belo Oriente

Wellington Fred


Para o deputado Durval Ângelo, as instituições policiais têm que deixar o corporativismo de lado e punir os infratores
IPATINGA - “Nos próximos dias, vamos concluir as investigações da Chacina de Belo Oriente”. É o que garantiu a Polícia Civil na Audiência Pública realizada na manhã de ontem, na Câmara Municipal de Ipatinga. O evento foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Outra promessa é que uma força-tarefa vai ser designada para acelerar as investigações de crimes ainda sem apuração na cidade.A Audiência foi presidida pelo deputado Durval Ângelo (PT) e acompanhada pelo deputado João Leite (PSDB). Participaram da mesa o chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Edson Moreira, o chefe do 12º Departamento da Polícia Civil de Ipatinga, delegado Walter Felisberto, e o promotor Bruno Lucena. A grande novidade divulgada pelas autoridades foi que as investigações da Chacina de Belo Oriente, ocorrida há quase três anos, estariam próximas de se encerrarem. “Não podemos antecipar porque temos que colher mais provas”, garantiu Edson Moreira.Ele também ressaltou que preocupa a onda de crimes em Ipatinga, e por isso o chefe da Polícia Civil em Minas Gerais vai determinar a vinda de uma força-tarefa para agilizar as investigações de vários assassinatos ainda sem apuração. O delegado Walter Felisberto contestou ainda a divulgação de que, entre 2004 e 2007, dos 113 homicídios ocorridos na cidade apenas oito teriam sido concluídos. “Cerca de 30 casos foram apurados, porém sabemos que ainda não é o ideal”, comentou o policial civil.Os policiais civis apontaram que o soldado Vitor, indiciado em um homicídio e suspeito de participação em outros crimes, já teve a prisão pedida, mas até o momento a solicitação não foi acatada pelo Judiciário. “Temos que parar com o corporativismo e a PM começar a agir nestes casos de suspeita de envolvimento de policiais militares. A corregedoria tem que agir”, cobrou o deputado Durval Ângelo, que também acredita no envolvimento de policiais civis em outros crimes na região.PresençaParticiparam ainda outros representantes da sociedade, e um deles chamou a atenção. Foi a dona de casa Enilce dos Santos Pascoalino, 49 anos , mãe de Heraldo Ciro de Souza, 25, uma das vítimas da Chacina de Belo Oriente. O filho dela namorava uma garota da família que foi dizimada em 14 de janeiro de 2006. A mulher teve a vida poupada por estar grávida. Hoje, Enilce cria o neto e cobrou apoio para conseguir regularizar a situação da criança, cuja mãe não teve condições de criá-lo.Perguntado sobre o porquê de a PM e nenhum representante da Prefeitura de Ipatinga estarem presentes ao evento, o vereador Agnaldo Bicalho (PT) disse que o tema não estava em discussão, e sim, o trabalho da Polícia Civil. Agnaldo ressaltou, porém, que enviou convite à administração municipal. O prefeito Sebastião Quintão, pelo telefone, rebateu a afirmação e disse que não tinha conhecimento da Audiência Pública realizada na Câmara de Ipatinga.
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