CADERNO IPATINGA 2024

21 de junho, de 2008 | 00:00

Homem degola a mulher e depois tenta se matar

Fotos: Reprodução


Tereza “Zizinha” foi degolada em sua cama pelo marido, Irineu
ANTÔNIO DIAS - A violência passional chocou mais uma vez a população do Vale do Aço. Na madrugada de ontem, o ajudante Irineu Lélis de Assis Rocha, de 46, degolou a auxiliar Tereza Miranda Rocha, 40 anos. Em seguida, tentou se matar cortando o próprio pescoço, sem sucesso. O crime ocorreu dentro do quarto do casal, na residência situada na avenida Minas Gerais, Pasto Grande. Irineu e Zizinha, como era conhecida a vítima, enfrentavam problemas de relacionamento havia algum tempo, conforme seus familiares.O drama, para os familiares, se agravou ainda mais na data de ontem, quando era preparada uma festa para os 15 anos da filha mais velha do casal, garota que teve o desprazer de ver o sangue dos pais no quarto. “Meu irmão mais novo ouviu um barulho na madrugada de ontem e chamei minha mãe por várias vezes”, disse a adolescente, que acionou a polícia da localidade.Uma ambulância do Corpo de Bombeiros de Coronel Fabriciano socorreu Irineu ainda com vida ao Hospital Vital Brazil, em Timóteo, onde ficou internado. Ele perdeu muito sangue e passou por uma cirurgia. O corpo de Zizinha foi liberado para o Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga após os trabalhos do perito Luís Carlos. Uma faca de cozinha usada no crime e um machado, que também pode ter sido usado, foram apreendidos. O enterro está programado para hoje pela manhã, em Antônio Dias.A cena encontrada no local era macabra. Havia sangue espalhado por todo o cômodo e sobre a cama estava o corpo de Zizinha. Para a amiga dela, a dona de casa Conceição de Oliveira Silva, de 63 anos, agora é hora de se unir para ajudar os quatro filhos do casal. “Vi a Zizinha crescer, como se fosse de minha família. Não esperava que isso pudesse acontecer, é algo muito trágico”, comentou.

O acusado foi hospitalizado no Vital Brazil após tentar se matar cortando o próprio pescoço com a mesma faca
No quartoO DIÁRIO DO AÇO conversou com outros familiares e, conforme disseram, a tragédia poderia ser ainda maior. Segundo eles, estranhamente Irineu queria que os filhos dormissem com o casal no mesmo quarto. Outra informação é que, além do relacionamento com a mulher que não vinha bem, ele estava depressivo havia anos. “Viviam brigando todos os dias”, disse a adolescente, revoltada com o que o pai fez. Segundo a garota, nenhum dos seus irmãos quer ver o pai caso ele consiga escapar com vida do grave ferimento. Além da adolescente, o casal deixou três garotos com idades de 13, 12 e oito anos.“Meu irmão estava depressivo” A dona de casa Isabel de Assis, de 43, irmã de Irineu Lélis de Assis Rocha, confirmou ao DIÁRIO DO AÇO que ele estava depressivo. Ela aguardava a liberação do corpo da cunhada no Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga e ainda não acreditava no que aconteceu. “Parecia que estavam bem, apesar dos problemas dele, pois amanhã (hoje)  aconteceria uma festa da filha dele”, lembrou.Isabel informou que o irmão fazia tratamento para depressão e estava afastado do trabalho. Ela confirmou que o casal enfrentava uma crise e que chegou conversar com os dois sobre o problema. “Há dois meses estive na casa deles para conversar com minha cunhada a respeito dos problemas que enfrentavam. O objetivo era tentar ajudá-los. Daí em diante, eu não sei de mais nada”, contou.Na casa onde aconteceu o crime estava Ana Matilde de Arruda, de 86 anos, mulher que criou Tereza Miranda Rocha desde quando ela tinha dois anos de idade. “Ela perdeu os pais muito cedo e cuidei dela como minha filha. Vim para a festa de minha neta e estava no quarto ao lado. Não ouvi nada durante a noite”, disse Ana Matilde, moradora de São Joaquim da Bocaina, zona rural de Antônio Dias.
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