04 de agosto, de 2007 | 00:00

Comerciante reconhece Lobinho

Entre os detidos, apenas dois foram autuados em flagrante

TIMÓTEO - O ajudante Ricardo Magela Lobo, o “Lobinho”, de 25, morador de João Monlevade,  e Aline Silva, de 21 anos, do distrito de Cachoeira do Vale, em Timóteo, foram autuados pelo delegado Nivaldo Antônio da Conceição. Os dois vão responder pelo assalto ao comerciante Paolo Peri, de 54 anos, que teve parte do corpo queimada durante o roubo ocorrido na última terça-feira (1º). Os outros três detidos serão investigados pela Polícia Civil. A apuração do covarde assalto contra Paolo, também conhecido como Paulo, e proprietário de um bar no bairro Bromélias, começou quando policiais militares receberam informações da placa de um Voyage. A PM conseguiu prender Ricardo Lobinho, Aline e Marcos Antônio Gomes Meireles, de 37 anos, dono do Voyage placas GLC-8875, que seria utilizado no assalto. Marcos, conhecido como Negão e que atualmente mora em Cachoeira do Vale, teve outro carro apreendido no último fim de semana, um Escort. A polícia ainda apreendeu, neste mesmo dia, a moto Honda Titan, placa HCN-7014, que pertence ao monlevadense Müller Andrade Correia, de 20 anos, preso com o colega Lobinho. A PM esteve em João Monlevade e, no bairro Cruzeiro Celeste, apreendeu um adolescente de 16 anos, e deteve José Roberto de Souza, de 24 anos, que teria comprado uma arma roubada em Fabriciano, no mês passado. Os dois também foram trazidos para o Vale do Aço pelos policiais militares.NegaramTodos negaram envolvimento no assalto ao bar de Paulo, mas durante o trabalho de reconhecimento oficial realizado na delegacia de Timóteo uma das vítimas reconheceu Aline. Apesar de negar qualquer participação no roubo, a garota acabou autuada pelo delegado Nivaldo. Já Lobinho, que teria jogado álcool no corpo de Paolo, foi identificado pelo comerciante da janela do Hospital Vital Brazil, onde se recupera das queimaduras.José Roberto, Müller e o adolescente foram ouvidos e liberados, pois em relação ao assalto em Timóteo nada foi apurado contra eles. Não significa, no entanto, segundo a polícia, que eles não podem, no futuro, responder pelo crime. Os outros assaltos ocorridos em Coronel Fabriciano serão apurados pela Polícia Civil daquela cidade. Marcos Negão foi recolhido à cadeia devido a um mandado de prisão expedido pela Justiça de Ipatinga. Vítima pede mais rigor no cumprimento das leisO comerciante italiano Paolo Peri, ainda acamado no Hospital Vital Brazil devido às queimaduras sofridas durante o assalto de que foi vítima, conversou com o DIÁRIO DO AÇO. Os quase 50 minutos de terror nas mãos dos bandidos que invadiram o bar ainda estão recentes em sua memória. Ele agradeceu a todos os amigos que estão preocupados. “Obrigado a todos que me conhecem. Já estou bem melhor e dentro de pouco tempo vou ganhar alta”, acredita a vítima.Preocupado com a situação do país, Paulo, como é conhecido pelos amigos, disse que nunca vai esquecer os momentos de terror que passou nas mãos dos bandidos. “Não gostaria que isso ocorresse com ninguém, nem mesmo com o pior inimigo. Acredito que não aconteceu algo grave comigo por causa das mãos de Deus nesta história”, conta o comerciante.Paulo agradeceu os trabalhos das polícias Militar e Civil no caso, mas não deixou de lembrar o que passou: “Eles chegaram querendo R$ 40 mil, que eu não tinha. O álcool jogado foi para forçar a entregar um dinheiro que não tinha. Gostaria que estas pessoas refletissem no que fizeram. Temos que ter mudanças nas leis, uma atitude política e também dos juízes, pois o povo precisa de mais segurança”, desabafou.