02 de agosto, de 2007 | 00:00

Aranha escapa de ser linchado em Caratinga

CARATINGA - O personagem principal de vários crimes de grande repercussão em Caratinga por pouco não foi linchado durante audiência de instrução no Fórum, ocorrida na tarde de terça-feira. Geraldo Marcelino Moreira, o ‘Homem Aranha’, de 39 anos, responde a vários processos na Justiça, entre eles as mortes das crianças Thaís e Nathália, em novembro de 2002.
Fotos: Diário de Caratinga


Aranha é acusado de violentar e matar duas crianças
Aranha cumpre pena de 22 anos na penitenciária Dênio Moreira de Carvalho (PDMC), em Ipaba, pela morte de Juliana Abdala Guilherme, crime que aconteceu no dia 24 de dezembro de 2002. A audiência de terça-feira em Caratinga foi em relação a dois estupros ocorridos na cidade e nenhuma informação foi repassada para imprensa devido ao segredo de Justiça.O diretor geral da PDMC, Adão dos Anjos, disse ao DIÁRIO DO AÇO que, diante dos crimes de repercussão em que Aranha é acusado, montou um forte esquema de segurança. O objetivo foi evitar que pudesse ocorrer um linchamento. “O diretor de segurança Edmar Soares e mais dez agentes, em duas viaturas, foram destacados para a proteção ao preso”, conta Adão, que contou com o apoio da Polícia Militar de Caratinga.O objetivo de proteger Aranha foi essencial, porque assim que a notícia se espalhou na cidade, uma multidão se formou junto à porta do Fórum Desembargador Faria e Souza. Aos gritos de “assassino, monstro, covarde”, houve ameaça de linchamento do preso. A audiência de instrução foi presidida pelo juiz criminal José Antônio de Oliveira. Ele está na cidade desde o dia 17, vindo da Comarca de Açucena.Aranha pediu ao juiz que não deixasse a imprensa ter qualquer contato com ele. Em decorrência da tentativa de invasão do Fórum por parte das dezenas de pessoas que queria agredi-lo, foi preciso uma viatura policial entrar no pátio para recolher o preso após a audiência judicial.

Multidão cerca Fórum durante audiência por dois crimes de estupro
 O avô de Thaís Graziele, uma das meninas mortas pelo acusado, José Osmar Ferreira, 59 anos, não escondeu a revolta. “É um absurdo manterem esse monstro em portas fechadas. Ele tinha que estar aqui em baixo. Tem que sofrer é na cadeia. Isso não acontece porque lá tem mordomia, come, bebe e ainda recebe visitas íntimas”, disse José.Ele retornou a Ipaba já no período da noite. Ao sair do Fórum, as únicas palavras foram ditas de cabeça baixa, diante das câmeras de televisão. “Tá vendo? Isso que eu não queria”. Ele está recolhido em Ipaba e segundo Adão dos Anjos tem um bom comportamento. “Todos os reeducandos seguem as regras e ele não é diferente dos demais”, disse o diretor.
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