19 de abril, de 2008 | 00:00
Mais uma pessoa decapitada
Adolescente foi morto com a mesma brutalidade há pouco mais de um mês. Polícia ainda tenta localizar restante dos corpos
IPATINGA - Mais um crime violento assustou a população de Ipatinga, Na madrugada de ontem, na rua 17, no bairro Planalto, populares acharam, junto ao meio-fio, a cabeça do ajudante Carlos André de Oliveira, o Caquinho”, de 30 anos, que possuía várias passagens pela polícia. Familiares da vítima evitaram falar sobre o crime. Até o fechamento desta edição, o corpo da vítima não havia sido achado.Por volta de 1 hora, pedestres depararam com a cena macabra: a cabeça de Caquinho estava próxima ao meio-fio, nas proximidades do número 161 da rua 17. Policiais militares foram acionados e realizaram buscas na tentativa de localizar o resto do corpo, sem sucesso. A vítima morava a 200 metros do local onde a sua cabeça foi encontrada.A perita Laudiene foi até o local juntamente com o Grupo Integrado de Intervenção Estratégica (GIIE), formado por policiais civis e militares. O DIÁRIO DO AÇO também compareceu à rua 17, no Planalto, e constatou que o autor da desova teve o cuidado de colocar a cabeça junto ao meio-fio. Ela não foi jogada, ao contrário do que poderiam pensar algumas pessoas. Outro detalhe é que havia uma bucha de esponja de aço (bombril) na região do pescoço.A polícia acredita que o bombril pode ter sido pensado pelos assassinos em duas possibilidades: a primeira para estancar o sangue; a outra hipótese pode ser remetida aos anos 1970, conforme contaram policiais aposentados em conversa com a reportagem. Grupos de extermínio, que agiam naquela época, jogavam nos executados a esponja de aço em sinal de limpeza” realizada por eles.A cabeça foi removida para o Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga. No trabalho de necropsia, constatou-se que a vítima foi morta a tiros. A família decidiu sepultar hoje, pela manhã, o resto mortal de Caquinho em um caixão normal, de adulto. A esperança, segundo pessoas ligadas aos familiares, é que a polícia consiga achar o resto do corpo e providenciar o enterro junto com a cabeça.ProblemasOs familiares evitaram a imprensa. Apenas falaram que Caquinho era solteiro e não tinha filhos. Uma tia da vítima, que pediu para não ser identificada, disse que pedia sempre ao sobrinho para sair desta vida, ou seja, evitar problemas com a Justiça. Mesmo assim, era uma boa pessoa, me pedia a bênção sempre ao me ver. Ele pedia para eu orar na tentativa de ele arrumar um emprego”, revelou a mulher.No fim da tarde, o DIÁRIO DO AÇO conversou com o delegado regional Sebastião Rodrigues Costa. Segundo ele, os policiais estão trabalhando arduamente no caso. Acredito que nos próximos dias surja uma resposta positiva sobre este homicídio. Recebemos uma informação que pode nos levar aos autores deste bárbaro crime. Para mim, isso é coisa de psicopata”, analisou o chefe da Polícia Civil no Vale do Aço.Adolescente foi vítima da mesma brutalidadeA Polícia Civil entende que há grande possibilidade de os crimes cometidos contra Carlos André de Oliveira, o Caquinho”, e o adolescente Luís Alfredo Martins, o Luizinho, de 14 anos, terem alguma ligação. O adolescente tinha várias passagens pela polícia e era usuário de drogas. A cabeça dele foi jogada no dia 2 de março, um domingo, dentro da varanda da casa de um capitão da PM, no bairro Tiradentes. Apesar dos esforços de policiais da região e até de uma equipe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) de Belo Horizonte, ninguém foi preso até o momento.
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