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09 de março, de 2008 | 00:00

Mãe de Luizinho afirma que também corre risco

Wellington Fred


Marinalda associa a policiais a barbárie cometida contra o filho
IPATINGA - Hoje completa uma semana que a família de um capitão da PM encontrou na varanda de casa a cabeça do adolescente Luís Alfredo Martins, de apenas 14 anos, morto violentamente. As investigações do crime ainda estão no início pela Polícia Civil de Belo Horizonte, mas, para uma pessoa, a dona de casa Marinalda Martins da Costa, de 37 anos, os autores do homicídio são os mesmos que ameaçavam o filho e a ela.Marinalda recebeu a reportagem do DIÁRIO DO AÇO em sua casa, no bairro Caravelas. Ela acredita que a morte do filho não esteja relacionada com o advogado Luiz Carlos Viera, o Lóis, de 53 anos. Luizinho era uma testemunha de acusação contra o advogado, que está preso e responde a dois processos na Justiça por envolvimento com menores.A mãe de Luizinho comentou que os dois adolescentes desaparecidos também podem ter tido o mesmo destino do filho. “Eu conhecia estes garotos. Tem que ser tomada alguma providência em relação a estes casos”, posicionou-se Marinalda, que revelou ter pedido o fechamento da página pessoal de Luizinho na internet, que ele tinha no site de relacionamentos Orkut.Confira abaixo a entrevista exclusiva de Marinalda.DIÁRIO DO AÇO - Como estava o Luizinho, antes de ser morto?MARINALDA - Ele estava com bastante medo, pois vinha sofrendo ameaças e torturas. Tinha pessoas que  o estavam torturando. Meu filho chegou falando que estava correndo risco de morrer e eu também. DA - Por que as ameaças e a morte?MARINALDA - Ele iria denunciar estas pessoas no Ministério Público e também nos Direitos Humanos. Eu iria tomar estas providências. Isso não pode acontecer.DA - Para a senhora, quem matou Luizinho seriam os autores dessas ameaças?MARINALDA - Quem fez isso foram estas pessoas e não tenho dúvida. Por várias vezes eles agrediram o Luizinho,  e alguns amigos de meu filho já viram estas pessoas agredindo Luizinho.DA - Até agora, a senhora falou apenas “pessoas”. Estas pessoas seriam policiais?MARINALDA - Sim, seriam policiais.DA - Então, a morte de Luizinho não tem nada a ver com o advogado Luiz Carlos, Lóis?MARINALDA - O Lóis não tem nada a ver com a morte do meu filho. Ele iria depor lá (Justiça), porém não teria nada a declarar contra o Lóis. Apreenderam o Luizinho por outro problema e se falou do envolvimento do advogado, certamente, para se livrar de outro problema. De mim, o Luís não me escondia nada.DA - Por que então pegaram a cabeça e jogaram na casa do capitão? Acredita que o corpo será ainda localizado?MARINALDA - Para dar a entender que a morte dele tem algo a ver com o Lóis. A intenção era esta. Eu acredito que o resto do corpo será encontrado.DA - Como ele falava tudo com a senhora, já passou estas informações para a polícia?MARINALDA - Todas as informações estão nas mãos da polícia. Uma pessoa que estava com o Luís por último, antes de ele sumir, foi ouvida pelos policiais que vieram investigar o caso.DA - A senhora acredita que o crime será apurado?MARINALDA - Acredito que vão elucidar. O delegado Fausto Ferraz é muito competente e garantiu que vai apurar este caso. Já fui ouvida umas três vezes e são atenciosos comigo. Gostei deles e da delegada Adeliana (Xavier Santos), que também está sendo atenciosa.DA - Que recado a senhora, mãe de um filho, daria para as autoridades?MARINALDA - Eu acho que as autoridades deveriam tomar  providências, pois não há em Ipatinga um local para internar estas crianças que enfrentam problemas com drogas. O Luís queria muito ser internado, chegava a chorar e pedir para ser internado, mas  infelizmente não dependia apenas de mim para isso.DA - Que lembrança vai ter dele?MARINALDA - O Luís era muito feliz, do jeito que ele levava a vida dele. A única coisa que  o deixava para baixo era a droga, porque o  fazia emagrecer e ele queria dar uma engordada. Alguns diziam para ele ter cuidado, mas ele virava e dizia que “meu Deus é maior”.DA - Qual era o sonho do Luizinho?MARINALDA - Ele queria ser estilista. Era o sonho dele, infelizmente interrompido.Wellington Fred
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