06 de março, de 2008 | 00:00

Mulher de tenente foge das mãos de seqüestradores

Wôlmer Ezequiel


Márcia afirma que seria morta e pedaços de seu corpo enviados para o marido, tenente da PM em Fabriciano
TIMÓTEO - A aposentada Márcia Soares Nascimento, de 36 anos, esteve com a vida por um fio. Ela foi seqüestrada, anteontem, por três pessoas em Coronel Fabriciano, quando fazia caminhada. Márcia é mulher do tenente Abrantes, lotado na 178ª Companhia Especial. A vítima ficou amarrada e encapuzada no carro deles, mas ela conseguiu fugir dos bandidos ao parar para fazer suas necessidades fisiológicas próximo ao município de Inhapim.Márcia disse ontem ao DIÁRIO DO AÇO que, por recomendação médica, passou a realizar caminhadas diariamente nas proximidades de sua casa. “Passava pela ponte nova entre Fabriciano e Timóteo quando, próximo ao semáforo, fui atacada por dois homens e uma mulher. Eles estavam em um carro escuro, do qual não lembro o modelo”, contou a aposentada, ainda abalada com toda a situação vivida.Os bandidos amordaçaram a aposentada, amarraram as mãos dela e ainda colocaram um capuz em sua cabeça. “Eles andaram um bom tempo comigo e falavam que iriam me matar aos poucos. Em Colatina (ES) terminariam o serviço e mandariam meus pedaços para o meu marido”, lembra Márcia Soares, ao lado do tenente Abrantes.Ela revelou ainda que foi forçada a colar recortes de letras com o objetivo de fazer uma carta para o marido. Os seqüestradores alegaram que o objetivo era não ter como tirar as digitais deles. “Todo tempo diziam que estavam fazendo isso porque uma pessoa querida deles foi transferida da cadeia de Fabriciano para o Ceresp”, acrescentou Márcia.PlanoA aposentada teve uma idéia e resolveu pôr em prática. Ela pediu para fazer necessidades fisiológicas. “Ameacei fazer no carro, então pararam nas proximidades de Inhapim, num matagal. Fui até o local acompanhada da mulher, com a cabeça encapuzada e os braços amarrados. De repente saí correndo até que o capuz saísse, além de descer barranco abaixo”.A mulher que participava do seqüestro não teve coragem de descer ao local, enquanto a aposentada procurou socorro em Inhapim. Na corrida, muitas pessoas evitaram ajudá-la, até que conseguiu chegar à delegacia da cidade e recebeu ajuda dos agentes da Polícia Civil. “Cortaram a fita crepe que era usada para me prender os braços. Foi um alívio, pensei que estaria morta a esta hora”, disse.Os policiais acionaram a PM da cidade e foi realizado um cerco na região, porém até o momento nenhuma pista dos seqüestradores. “Já foi iniciada a investigação para que possamos prender essas pessoas. Não tenho como saber quem seria este preso transferido. Esta função de determinar a transferência nem é da PM, mas sim da Justiça. Depois disso, tenho que mudar minha vida para a segurança de minha família”, informou o tenente Abrantes.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário