06 de março, de 2008 | 00:00

Degola de menor pode ter sido um recado à polícia

IPATINGA - As investigações em torno da morte do adolescente Luís Alfredo Martins, o Luizinho, de 14 anos, que foi decapitado, não têm data para serem encerradas. É a informação do delegado Fausto Ferraz, da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) de Belo Horizonte. Ele também não descartou nenhuma hipótese que possa levar ao esclarecimento desse crime, que chocou todo o Vale do Aço.O assassinato de Luizinho ocorreu durante a madrugada de domingo, conforme apurações dos policiais da capital que vieram reforçar as equipes de Ipatinga. “Temos uma testemunha que viu o menor por volta das 3h de domingo. Deve ter sido minutos antes de ele ter sido morto, diante da cena encontrada na casa do capitão”, analisa Fausto.O delegado explicou que o sangue da cabeça não estava coagulado quando os assassinos arremessaram a sacola. “Ela estava com sangue vivo ainda, ou seja, cortada minutos depois da execução do adolescente. O problema dele é que possuía diversos problemas, muita gente teria motivo para matá-lo, o que aumenta o leque de possibilidades”, reforçou Fausto, que está acompanhado do também delegado Marcelo Manna e mais dez policiais nas investigações.Sobre a situação do advogado Luiz Carlos Vieira, o Lóis, que está preso, acusado de exploração sexual infantil, e o fato de que o menor era uma testemunha de acusação, o delegado foi racional. “Inicialmente não acreditamos que ele possa estar envolvido, mas não está descartada a participação dele”, sintetizou, acrescentando que nem afirma ou também descarta possível envolvimento de policiais no crime.RecadoA primeira impressão do delegado é que a morte de Luizinho foi um recado ao capitão, que deu entrevista dias antes alertando sobre a impunidade de menores infratores na cidade. “Possivelmente esta pessoa (assassino) queria mostrar ao militar que não estão ficando impunes. Pois há outros dois menores infratores desaparecidos e o diferencial é que os corpos sumiram, ao contrário deste caso (Luís)”, informou.Um dos menores desaparecidos mora no bairro Planalto e completou 12 anos de idade há pouco tempo. Ontem, chegou uma notícia de que ele estaria em Caratinga, mas nada foi confirmado. Outro adolescente, mais velho e que seria companheiro do morador do Planalto, também está sumido. Para o delegado Fausto, os dois possivelmente estão mortos.OutrosFausto disse que sua equipe já era para estar no Vale do Aço desde os casos do desaparecimento do motorista José Wilson Marcelino, de 46 anos, ocorrido em 12 de dezembro passado, e da morte do ajudante de montador Eules dos Santos Ricardo, de 23 anos, morador de Belo Horizonte. Ele foi baleado no dia 11 de dezembro, na rua Campinas, no bairro Veneza I.José Wilson, morador de Perpétuo Socorro (Cachoeira Escura), Belo Oriente, sumiu ao ser liberado da delegacia em Ipatinga após ser preso pela PM. “Suspeita-se que o Eules possa ter sido morto por engano, confundido com outra pessoa. Também precisamos confirmar uma diligência para dar prosseguimento ao caso da chacina ocorrida em Belo Oriente”.O delegado Fausto pediu para a população colaborar com a Polícia Civil, passando informações anônimas para o telefone 181. “Qualquer dado surgido neste telefonema na capital será passado para a gente. Em meu tempo de polícia, nunca vi um caso tão ousado como este. Dispensar a cabeça na casa de um oficial, próximo a várias outras casas de militares e bem perto do Batalhão”, observou.
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