21 de fevereiro, de 2008 | 00:00

PF prende quadrilha que fraudava o INSS

MANAUS (AE) - A Polícia Federal prendeu ontem dez pessoas acusadas de fraudar pedidos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Foram presos um médico perito do INSS, dois servidores, quatro médicos particulares e seis agenciadores, todos acusados de terem causado um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão mensais aos cofres públicos.Em três anos, quatro operações da PF foram deflagradas tendo alvo desvio de funções do INSS no Amazonas. No país, esta foi a quinta operação só neste ano. Foram realizadas 57 prisões, incluindo 14 de servidores do próprio instituto, cumpridos 102 mandados de busca e apreensão. Os prejuízos estimados das fraudes chegam a R$ 41 milhões.Questionado se as operações não poderiam apontar uma fragilidade do sistema, o coordenador regional do instituto, André Fidélis, discordou. “Desde 2003, firmou-se um convênio permanente com a PF para vigiar o sistema, que está sendo monitorado e os erros, corrigidos. Em 2006, no Amazonas, foram presos 58 servidores do instituto envolvidos em fraude e em 2007 foram 27, ou seja, o número está caindo com a constante vigilância.”Deusa gregaA operação foi batizada com o nome da deusa grega da saúde, Hígia, por envolver médicos. Trabalharam na operação 110 policiais federais e 14 técnicos do INSS para cumprir dez mandados de prisão e 13 de busca e apreensão.De acordo com o superintendente da PF no Amazonas, José Renan Rocha Ribeiro, o esquema envolvia fraudes em benefícios previdenciários de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez apenas em Manaus.“Com atestados de saúde falsos emitidos por médicos particulares, o médico do INSS aprovava o pedido de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, com uma média mensal de R$ 3 mil por benefício, com casos em que o valor chegava a R$ 20 mil”, afirmou Ribeiro. Os funcionários do INSS envolvidos no esquema direcionavam os casos fraudulentos apenas ao médico envolvido, cujo nome não foi divulgado.O superintendente afirmou que não há estimativas de quantas pessoas foram beneficiadas ou de quanto dos valores seguia para as contas dos envolvidos. Os detidos estão na sede da PF em Manaus, em prisão temporária de cinco dias.
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