07 de dezembro, de 2007 | 00:00

Aposentado é morto e jogado no Piracicaba

Wellington Fred


O delegado Nivaldo e equipe estiveram no sítio onde a vítima foi vista pela última vez com vida
TIMÓTEO - O caseiro Sérgio Mariano de Souza, de 33 anos, é apontado como o principal suspeito pela morte do aposentado Antônio Realino do Carmo, de 71 anos. O corpo da vítima foi encontrado dentro de uma sacola jogada no rio Piracicaba após o aposentado ficar sete dias desaparecido. Ele saiu de casa, no bairro Alegre, com destino ao sítio Natividade, no bairro Limoeiro, e não mais voltou. O enterro ocorreu no início da tarde de ontem, sem direito a velório devido à precariedade do estado cadáver.Antônio Realino estava cobrando uma dívida que Sérgio tinha com ele. A história não foi devidamente confirmada, pois girou entre torno de um celular e também pelos dias que o aposentado trabalhou no sítio. Familiares informaram que a vítima saiu de bicicleta com destino ao sítio. Crianças viram o aposentado passar pela entrada do terreno por volta das 18h de 29 de novembro. As testemunhas ficaram até as 21h no local, porém Realino não retornou.A família ficou preocupada com o desaparecimento do aposentado e acionou a PM para relatar o fato. Sérgio chegou a prestar informações na delegacia na última sexta-feira, alegando que não viu Realino naquela noite. Porém, a suspeita continuou a recair sobre o caseiro, responsável pelo sítio Natividade. “Não acredito que ele possa estar envolvido neste caso. É uma pessoa trabalhadora, aparentemente responsável”, comentou o metalúrgico Amadeu Renato Costa, de 49 anos, proprietário do sítio.O metalúrgico contou que viu o aposentado no início da tarde do mesmo dia que ele desapareceu. “Ele estava nervoso, reclamando de uma dívida que Sérgio o devia. Entrei em contato com meu funcionário, disse que eu iria resolver isso e passei o dinheiro que deveria ser entregue a Realino pelos dias trabalhados para mim”, informou Amadeu, se dizendo chocado com toda a situação ao ser informado pela polícia das suspeitas que recaem sobre o caseiro.LocalizaçãoO corpo de Antônio foi encontrado após uma ligação para o Corpo de Bombeiros. Equipes de Coronel Fabriciano e de Ipatinga passaram a vasculhar o rio Piracicaba, onde teria sido visto um corpo boiando nas proximidades do bairro Mangueiras, em Fabriciano. Por volta das 20h os militares encontraram a vítima dentro de uma sacola de nylon usada para carregar material reciclável e com uma pedra amarrada nela, na margem do rio, próximo à invasão do Limoeiro. O objetivo da pedra era para o corpo ficar submerso. O cadáver, em adiantado estado de decomposição, foi reconhecido por familiares e removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga, após os trabalhos do perito Gilmar Miranda. Os legistas constataram que Realino teve a cabeça quebrada com golpes de um objeto contundente, como uma ferramenta, pedaço de madeira ou de ferro. Devido à situação do corpo, o enterro ocorreu logo após ser liberado do IML, no início da tarde de ontem, no cemitério Jardim da Saudade, bairro Santa Maria, em Timóteo.Durante a madrugada, policiais militares da 85ª Companhia Especial localizaram o caseiro Sérgio. Suspeito pela morte do aposentado, ele negou que se encontrou com Realino durante a noite. “Ele não chegou em casa. Não tenho dívida nenhuma de celular, apenas fiz uma troca por uma churrasqueira. Inclusive estive na casa dele para consertar a perna quebrada dela”, disse o caseiro, alegando que não teria coragem para cometer um crime bárbaro assim.O delegado Nivaldo Antônio da Conceição, que esteve com sua equipe no sítio buscando pistas, informou ao DIÁRIO DO AÇO que tudo está contra Sérgio, mas por enquanto não tem nada de contundente contra o caseiro. “As informações colhidas por nós indicam que o caseiro seria o suspeito, pois ele foi visto chegando ao sítio e não voltou. Vamos colher mais informações para não cometermos injustiça”, disse o policial civil que requereu na tarde de ontem, junto à Justiça, a prisão temporária do investigado, porém teve o pedido não acatado pelo Judiciário.Filhos revoltados com o crime clamam por justiçaO DIÁRIO DO AÇO esteve na casa dos familiares de Antônio Realino do Carmo. Revoltados, eles exigiram que a Polícia Civil solucione o caso e agradeceram o empenho da Polícia Militar para tentar localizar o aposentado desaparecido. “Distribuímos fotos para policiais militares, porém não esperávamos que houvesse este fim. Ele era uma pessoa que não tinha inimizade por aqui. Não podemos afirmar, mas a única suspeita é sobre este rapaz que não conhecemos”, disse Sandra Dornelas do Carmo, 25 anos, filha da vítima.Muitos amigos passaram pela casa da vítima, no bairro Alegre, na avenida dos Rodoviários, durante o dia de ontem, assim que a notícia da localização do corpo de Realino foi divulgada. A vizinha de Realino, Ana Lúcia do Nascimento, de 47 anos, contou que não acredita que a violência esteja tão próxima. “A gente acha que só acontecem estes casos bárbaros na capital, mas está do nosso lado. Esperamos que o culpado por isso pague e seja condenado”, disse
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