27 de novembro, de 2007 | 00:00

Absolvida por morte em 1987

Wellington Fred


Por unanimidade, o Conselho de Sentença acatou a tese de negativa de autoria e absolveu Elvira
IPATINGA - A dona de casa Elvira Lino Bernardes, de 67 anos, foi absolvida na tarde de ontem pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipatinga. Ela respondia pelo assassinato do seu marido, o cabo da PM reformado Geraldo Severino Bernardes. A vítima foi morta a tiros e canivetadas em 19 de junho de 1987. Por unanimidade o Conselho de Sentença acatou a tese de negativa de autoria sustentada tanto pela defesa quanto pela acusação. O Tribunal do Júri foi presido pelo juiz Maurício Leitão Linhares, e o Ministério Público representado pelo promotor César Augusto dos Santos. Elvira foi defendida pelo advogado José Francisco de Oliveira. Em um julgamento rápido, a promotoria e a defesa pediram a negativa de autoria. O Conselho de Sentença, por 7 votos, considerou que Elvira não teve participação na morte do marido.De acordo com o defensor de Elvira, o júri de ontem fez justiça. “Tanto eu como o promotor não víamos envolvimento dela na morte de Geraldo. Ela até alegou perante o júri que chegou a atirar com a arma do marido, mas era na tentativa de cessar uma briga entre a vítima e o filho dela (Renato Severino Bernardes) no dia dos fatos e não acertou”, conta o advogado José Francisco.Essa desavença entre pai e filho teria dado a origem ao crime. Renato era homossexual assumido, o que magoava o pai, vindo de um regime militar que não aceitava a condição sexual escolhida pelo filho. “Isso gerou o conflito entre os dois. A situação de vida do rapaz levou o pai para a bebida e gerava agressões constantes em casa”, lamentou o advogado.CanivetadasNo dia do crime, Geraldo teria entrado em luta corporal com a mulher que, um dia antes do crime, escapou de tiros disparados pelo marido. Por sorte não foi ferida. O casal caiu sobre a cama, que se quebrou. O barulho atraiu a atenção de Renato. Ele saiu em defesa da mãe e acabou atingindo o pai com vários golpes de canivete. A vítima chegou a ser socorrida, porém morreu vítima da hemorragia.Renato chegou a ser julgado pelo crime ocorrido na rua Gênesis, no bairro Caçula. Em 11 de março de 1998 ele foi condenado a uma pena de três meses por crime de lesão corporal. O erro jurídico invalidou o julgamento, porque o certo seria a condenação dele por lesão corporal seguida de morte.  O jovem morreu vítima de aids em um hospital de Belo Horizonte por falência múltipla dos órgãos.
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