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08 de novembro, de 2007 | 00:00

Acusado de matar detetive no banco dos réus

Crime acabou motivando chacina em Belo Oriente

Arquivo


Juliano matou policial por vingança e depois teve a família executada
DA REDAÇÃO - O montador de andaimes Juliano Batista Ferreira, de 25 anos, será finalmente julgado hoje pelo assassinato do agente de polícia Lahyre Paulinelli de Magalhães, 32. O crime ocorreu em 2005 na cidade de Belo Oriente e acabou provocando vários atentados contra os familiares do acusado. O ápice da violência foi a “Chacina de Belo Oriente”, quando homens executaram a mãe, o irmão e o cunhado do acusado, em janeiro de 2006. Esses crimes até hoje estão sem elucidação.Juliano Batista enfrenta o Tribunal do Júri da Comarca de Açucena, em sessão programada para as 9h. Os trabalhos da Justiça serão presididos pela juíza substituta, Marli Maria Braga Andrade, da Vara de Execuções Criminais de Ipatinga. O rapaz será defendido pelo advogado José Barbosa de Andrade, que tentou, por várias vezes, sem sucesso, o desaforamento do processo, ou seja, a mudança do julgamento para uma outra Comarca. O martírio dos familiares de Juliano começou com a morte de Lahyre, em 6 de junho de 2005, em sua casa, na rua São Paulo, no bairro Novo Oriente. Ele havia detido, horas antes, por furto de porcos, Juliano Batista. Em liberdade, o rapaz, que teria sido agredido pelo detetive, resolveu se vingar. Com a ajuda de um dos irmãos, ele teria executado o policial. Outros envolvidos no crime serão julgados na próxima segunda-feira, 12, no mesmo processo, que foi desmembrado pela Justiça. Depois que aconteceu o crime Juliano fugiu da região; porém, seus familiares passaram a sofrer na pele a perseguição. Eles foram hospitalizados com suspeita de envenenamento. Surgiu a hipótese de a água da residência ter sido “violada” quando se cumpria um mandado de busca e apreensão. Um mês depois, o irmão de Juliano, o estudante Paulo Felipe Cândido Alves Ferreira, de 16 anos, foi baleado nas costas com dois tiros de escopeta calibre 12, na rua 1º de Março, no Centro de Belo Oriente. PrisãoPoliciais civis conseguiram, em dezembro de 2005, prender em Cacoal, cidade de Rondônia, Juliano Batista. Ele foi trazido ao Vale do Aço e, para sua segurança, recolhido a uma penitenciária em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após passar por outras unidades prisionais.MortesA prisão de Juliano não acalmou o ímpeto de vingança de algumas pessoas. No dia 3 de janeiro de 2006, dois homens numa motocicleta assassinaram Jardel Cândido Alves Ferreira, de 27 anos. Ele estava em um bar de Belo Oriente. A família, durante o velório, pressentindo algo de pior ainda por vir, pediu que as autoridades providenciassem segurança.Na madrugada de 14 de janeiro, cinco homens invadiram a casa da família de Juliano, na rua Nossa Senhora do Carmo, bairro Santa Terezinha, em Belo Oriente. Os assassinos, armados com pistolas calibre 380 e escopetas calibre 12, mataram a mãe do rapaz, Terezinha Caetana Batista Gomes, de 46 anos; o irmão dele, Paulo Felipe, que havia escapado da tentativa de homicídio meses antes, e ainda o ajudante Heraldo Ciro de Souza, de 25 anos,  que namorava uma filha de Terezinha.Por motivos desconhecidos, A.C.C.A.F., de 19 anos, que estava grávida de oito meses e dormia com Heraldo no momento em que ele foi morto, teve a vida preservada. Sua sobrinha de cinco anos, que dormia com Terezinha, foi escondida pela avó dentro do guarda-roupas e também conseguiu se salvar. Mesmo depois de um ano e 296 dias, até hoje, mesmo com a vinda de várias equipes da Divisão de Crimes contra a Vida, de Belo Horizonte, chefiadas pelo delegado Fausto Eustáquio Ferraz, os crimes não foram solucionados. Em todas as vezes em que os investigadores estiveram na região, o delegado Ferraz não descartou a possibilidade do envolvimento de policiais na chacina.
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