24 de outubro, de 2007 | 00:00

Jovem é morto em tocaia

Família suspeita que execução de ajudante possa ser crime passional

Wellington Fred


Uma unidade do Samu foi chamada pela equipe da PM mas a vítima já havia morrido quando se iniciaram os primeiros trabalhos dos paramédicos
IPATINGA - A Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida (DACcV) iniciou ainda ontem as apurações da execução mais recente registrada no município, que envolve o ajudante Ailton de Souza Fróis, de 29 anos. Ele foi morto na noite de segunda-feira, 22, com um tiro nas costas e em seguida sua cabeça foi atingida por um pedaço de concreto pesando cerca de 15 quilos. A família suspeita que o homicídio possa estar ligado ao envolvimento da vítima com uma mulher separada do marido.O crime ocorreu por volta das 22h30, enquanto Ailton trafegava pela rua Oito, no bairro Nova Esperança. Ele foi alvo de vários tiros efetuados por um homem identificado como “Carlinhos”. Os tiros acertaram primeiro a bicicleta da vítima, e depois um disparo atingiu as costas de Ailton. O ajudante caiu no chão ainda vivo, instante em que o autor pegou um pedaço de concreto e jogou sobre a sua cabeça. Um irmão de Ailton, um adolescente de 16 anos, viu o assassino deixando o local do crime. “Ele me ameaçou, dizendo que eu seria morto caso tentasse reagir”, declarou o irmão da vítima. O criminoso fugiu em seguida e ainda não foi localizado pelo cerco montado pela Polícia Militar.Familiares e amigos escutaram os estampidos dos tiros. Eles foram ao local ver o que acontecia e se depararam com o adolescente desesperado por presenciar o assassinato. Uma unidade do Samu foi chamada pela equipe da PM comandada pelo cabo Moisés, porém o rapaz já havia morrido quando se iniciaram os primeiros trabalhos dos paramédicos.InformaçõesA reportagem acompanhou todo o trabalho da polícia no local do crime. Irmãos de Ailton ficaram ao lado de seu corpo até a chegada da perícia. Algumas informações foram colhidas pelos policiais militares e civis que indicaram a participação de Carlinhos. Ele é suspeito de outros homicídios e seria foragido da cadeia de Inhapim.
Reprodução


Ailton Fróis em foto tirada horas antes de ser morto
O corpo da vítima foi removido ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi constatado que o tiro transfixou o pulmão da vítima. Os legistas também identificaram o trauma na parte de cima da cabeça do rapaz, decorrente da pancada provocada pelo pedaço de concreto. O velório ocorreu na igreja Presbiteriana Renovada, na rua Anis, no bairro Nova Esperança, e o enterro será na manhã de hoje, no Cemitério Senhora da Paz, no Veneza II. Ailton deixou quatro filhos, frutos de dois relacionamentos. Ailton estava no regime de albergue da cadeia de Coronel Fabriciano, conforme informaram os seus familiares. Eles negaram que a vítima estivesse foragida da Justiça e afirmaram que Ailton comparecia todos os meses à Vara Criminal. “Ele estava até ‘fichado’ na empresa que realiza reformas nas casas aqui no bairro. Meu irmão estava mudado”, disse João Paulo de Souza Cruz, de 21 anos, um dos oito irmãos do assassinado.Ele alegou que o irmão estava atualmente morando com uma mulher, cujo ex-marido, identificado como “Edmar”, seria o mentor do crime. “Fomos informados que ele teria emprestado a arma para Carlinhos, que não teria problema com Ailton. É apenas isso que temos de informação. Ninguém aqui quer fazer algo com as próprias mãos e esperamos que a polícia dê resposta neste caso”, finalizou.O ajudante Ailton de Souza Fróis cumpria pena por dois homicídios. Conforme o site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o rapaz morto na segunda-feira respondia pelo assassinato de Josafá Alves Coimbra, 22, o ‘Fá’, morto com cinco tiros há três anos. Outro crime pelo qual Ailton era processado é a morte de Daniel Matos Gouveia. Nos dois processos criminais ele já estava em cumprimento de pena.
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