23 de outubro, de 2007 | 00:00

Adolescente executa ajudante em Fabriciano

Wellington Fred


Geralda Aparecida, mãe de Tico, se segurou até quanto pôde para não chorar ao lado do corpo do filho
FABRICIANO - A violência mais uma vez assustou os moradores do bairro Aparecida do Norte, em Coronel Fabriciano, diante da execução do ajudante Wemerson César Bento, que era conhecido como Tico, de 19 anos. Ele foi morto com um tiro no peito na noite de sábado por um adolescente de 15 anos. Ao ser apreendido, o acusado disse que Wemerson estragou uma máquina de fazer tatuagem. Contudo, a polícia suspeita que o real motivo do crime seja uma dívida de drogas, já que com o adolescente foram apreendidos 19 pedras de crack.O crime ocorreu por volta das 18h30, no momento que a vítima, Wemerson, estava na rua Pirapora, próximo ao cruzamento com Curvelo. Segundo a polícia, o menor infrator chegou com a arma e efetuou um disparo fatal. O projétil acertou o peito de Wemerson, que chegou a correr alguns metros e depois caiu sem vida na rua Curvelo. Os policiais do Corpo de Bombeiros chegaram a ser acionados e uma equipe de resgate compareceu até o local, porém nada mais podia ser feito para salvar Tico.O corpo da vítima foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga após os trabalhos periciais de Luís Carlos. A necropsia liberou o corpo na manhã de domingo para que a família providenciasse o enterro ainda no fim da tarde, no cemitério Senhor do Bonfim, em Fabriciano.A Polícia Militar também foi avisada do assassinato e a equipe comandada pelo cabo Silva conseguiu apreender o adolescente no morro da caixa d’água. Ele foi apreendido pelos policiais ao tentar alegar ter dispensado a arma do crime em um matagal. Os policiais desconfiaram da ‘facilidade’ dele ao falar sobre o destino da arma. Ao ser pressionado, acabou confessando que entregou o revólver para um outro adolescente, de 16 anos.ArmaApós a arma ser apreendida com quatro cartuchos intactos e um deflagrado juntamente com o adolescente mais velho que guardou o revólver, os policiais foram até a casa do menor acusado de assassinato. Eles apreenderam mais 19 pedras de crack, todas prontas para serem comercializadas. Os dois foram encaminhados para a 19ª Delegacia Seccional e autuados em flagrante pelo delegado Alexsander Esteves Palmeira. “Autuei o adolescente de 16 anos como co-autor por esconder a arma usada no assassinato”, revelou o delegado Alexsander.MáquinaO DIÁRIO DO AÇO acompanhou os trabalhos dos policiais militares na apreensão do adolescente acusado pelo disparo fatal contra o rival. Pouco antes de ser levado para a delegacia, ele alegou que atirou contra Tico após ser humilhado. “Ele estragou a minha máquina de tatuagem. Ao cobrar o vacilo, Tico me xingou e eu estava armado e disparei um tiro nele”, lembrou friamente o adolescente, que acrescentou ter amizade com a vítima.De forma tranqüila disse ainda não ter arrependimento do que fez, nem se alterou ao saber que Tico deixou uma adolescente de 14 anos grávida de sete meses. “Eu não arrependendo do que eu faço. Ele veio me xingar, estava armado e sentei o dedo nele”, afirmou.O cabo Silva, da Polícia Militar, afirmou que o assassinato de Tico pelo menor é algo que poderia ocorrer a qualquer momento. “Em setembro, este menor disparou várias vezes contra um rapaz, que por pouco não foi morto. Este menor está aterrorizando o morro, com o domínio do tráfico no local”, comentou o policial, assustado com a frieza demonstrada pelo acusado ao ser encaminhado para a delegacia.“Conversava, mas não ele não ouvia”, diz mãe da vítimaA mãe de Wemerson César Bento, o Tico, a auxiliar de serviços Geralda Aparecida dos Reis, de 46 anos, se segurou até quanto pôde para não chorar ao lado do corpo do filho, estendido na rua Curvelo, no bairro Aparecida do Norte. Ela conversou com o DIÁRIO DO AÇO e, como boa evangélica que é, tem na fé em Jesus Cristo a força para conseguir superar a dor da perda. Geralda lembrou que cansou de falar com o filho. “Conversava muito com ele, mas não me ouvia. Pedia para sair desta vida”, disse a auxiliar.Ela lembrou que o filho estava buscando meio para sair da vida de usuário de drogas e outros problemas. “A mulher dele está grávida e na segunda-feira (ontem) ele iria fazer os testes para um emprego. Mesmo assim, diante de tudo isso, eu ainda perdôo o rapaz que fez isso. Sei que agiu por causa de drogas”, finalizou, quando o marido dela chegou do serviço na área da Usiminas, completamente suado, vindo de Ipatinga numa bicicleta.
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