19 de outubro, de 2007 | 00:00

Ex-PM detido por apropriação indébita

Wellington Fred


“Perdi a cabeça por causa de dívidas”, disse Fausto, que alega arrependimento
FABRICIANO - O ex-policial militar Fausto Morais, de 34 anos, vai responder judicialmente pela acusação de apropriação indébita. Ele teria alugado 25 jogos de mesas para festa e depois vendido todo o material. Fausto também já teria trabalhado como carcereiro ad hoc (não oficial, funcionário nomeado para a função) na cadeia de Timóteo e estaria se passando, segundo apurações da 19ª Delegacia Seccional, como policial civil para obter benefícios junto aos comerciantes na cidade.O acusado alugou 25 jogos de mesas junto à empresa Churrasqueijos Peçanha, no início deste mês. Em seguida, vendeu as mesas para quatro pessoas, fato que alertou o proprietário Edmilson Rodrigues Gonçalves. “Ele alugou dez jogos e, cinco dias depois, alugou mais 15 jogos de mesas. Depois disso passou a protelar a data da entrega e a situação nos preocupou”, disse Edmilson.O proprietário foi informado por amigos de que Fausto teria vendido as mesas e resolveu acionar a PM, que realizou a prisão do suspeito. “Ele indicou todos os locais onde foram vendidas as mesas, identificadas com marcas da empresa e recuperadas”, comemorou, acrescentando que teve prejuízo mínimo na história: “Seriam R$ 3 mil de prejuízo, mas ficou apenas na locação.”A situação enfrentada pelo dono da Churrasqueijos é algo comum. Ele aproveitou para alertar as pessoas que gostam de comprar materiais de procedência duvidosa. No caso dele, cada jogo de mesa, que vale cerca de R$ 130, era vendido por R$ 60. Os quatro comerciantes que adquiriram de Fausto podem responder na Justiça por receptação, conforme apontou o delegado Astrogildo Valério.O delegado Astrogildo autuou o acusado pelo crime ao ser preso por policiais militares. “Ele estaria comprando dizendo ser policial e que trabalha na cadeia desta Comarca. Queremos alertar a população para tomar cuidado com estas pessoas”, disse Astrogildo.DúvidaA qualquer sinal de dúvida, a pessoa abordada pelo “suposto policial” pode entrar em contato com a delegacia, no caso em Coronel Fabriciano pelos telefones 3842-1285 ou 3842-1066. “Qualquer um que peça dinheiro para propaganda ou compras para a delegacia deve se identificar”, alertou mais uma vez o delegado, confirmando que é comum pessoas que já prestaram serviço para a polícia usarem o nome dela para se beneficiar.Fausto foi autuado em flagrante pelo delegado por crime de apropriação indébita qualificada, previsto no parágrafo 1º e inciso I do artigo 168 do Código Penal Brasileiro. A lei prevê pena de prisão de um a quatro anos de prisão com o aumento de um terço diante da qualificadora. “Ele vai ser recolhido à cadeia de Timóteo para segurança dele, inclusive onde trabalhou como carcereiro. Fausto foi dispensado por desvio de conduta”, informou Astrogildo.Antes de ser ouvido pela Polícia Civil na Delegacia Seccional, Fausto conversou com o DIÁRIO DO AÇO. Arrependido, ele disse que “perdeu a cabeça” por causa de dívidas. “Aluguei as mesas para a festa do meu filho e resolvi fazer isso. Ao todo, arrecadei cerca de R$ 1 mil, dinheiro que não compensou”, disse o ex-PM.
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