18 de outubro, de 2007 | 00:00

Sepultada vítima atropelada por empresário

Reprodução


Flávio perdeu a vida após ser atropelado no último dia 6
TIMÓTEO - A dor pela perda de uma pessoa querida é igual para todos, mas com certeza dói muito mais quando poderia ter sido evitada. É assim que reagiram os amigos e família do mecânico de automóveis Flávio Moreira Alves Araújo, de 41 anos, que perdeu a vida após ser atropelado pelo empresário Rogério Silveira Costa, de 43 anos. O fato aconteceu na madrugada do último dia 6 no bairro Santa Maria, quando o motorista estaria com sinais de embriaguez ao volante.O acidente ocorreu por volta de 1h, na MG-425 do bairro Santa Maria, conforme registros da Polícia Militar. Flávio estava na Asia Towner, placas GUU-7290 (Timóteo), quando o veículo apresentou problemas nas proximidades do cemitério Jardim da Saudade. Ao sair do automóvel ele foi atropelado pelo Renault Scénic, placas GZB-3308 (Timóteo), dirigido pelo empresário Rogério.Uma testemunha ouvida pela PM relatou que o motorista do Renault não parou para prestar socorro e seguiu viagem. Esta testemunha, um motorista que trafegava pelo local, seguiu o empresário, que bateu o carro contra o meio-fio no trevo Sinergia. Policiais militares foram acionados e realizaram a prisão de Rogério, segundo os PMs, com sintomas de embriaguez, além de xingar sem se importar com o ocorrido.O mecânico foi encaminhado ao Hospital Vital Brazil, onde o médico constatou fratura no crânio. Flávio foi transferido para o Hospital Unimed, em Coronel Fabriciano, tratamento custeado pelo empresário acusado de ser o atropelador. Porém, a vítima não resistiu e morreu dez dias depois, na tarde de anteontem.AutuadoRogério foi autuado em flagrante por lesão corporal dolosa pelo delegado Francisco Pereira Lemos. O delegado informou ontem ao DIÁRIO DO AÇO que o empresário conseguiu em juízo o direito de responder pela acusação em liberdade. “Terei 30 dias para concluir o inquérito e Rogério pode responder até por homicídio doloso”, adiantou Lemos.O enterro do corpo de Flávio ocorreu no fim da manhã de ontem, no cemitério Recanto da Paz, no bairro Bela Vista. Amigos e familiares estavam revoltados com a situação. O mecânico João Bosco, de 44 anos, lembra os últimos minutos do amigo. “Estive com ele e pedi para me ligar caso ocorresse algum problema com o carro. Infelizmente, acabou morto ao sair da Towner que estava com pane elétrica”, lembrou.João contou que os dois trabalhavam juntos na oficina mecânica dele. Ele afirmou que viu o empresário bêbado, ao sair da viatura policial. “Não foi algo que me contaram, foi o que vi. Não agüentava ficar em pé. Ele (Rogério) pagou a internação, mas acho que deve ser responsabilizado pelo que fez, tirou a vida de uma boa pessoa. Flávio estava com planos, iria mudar a categoria de sua carteira de motorista para trabalhar com caminhão”, desabafou.Flávio não era casado, mas deixou dois filhos, o Flávio Júnior, de dez anos, e Daiane, de 13 anos. Atualmente morava com um tio no bairro Alegre. “Conheço ele há 25 anos e como estava desempregado, trabalhava comigo na oficina para poder ajudar os filhos. Esperamos que a morte dele possa ser a última ocorrida em situações desta”, finalizou o mecânico de automóveis.
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