07 de outubro, de 2007 | 00:00

Tática “homem-aranha”

Quadrilha acusada de assaltar caminhões em movimento é presa

Wellington Fred


Wanderson e Leandro de Souza são acusados de pertencerem à quadrilha
IPATINGA - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu na madrugada de ontem quatro pessoas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O grupo é acusado de tentar furtar encomendas de um caminhão dos Correios em movimento, na modalidade conhecida como “homem- aranha”. Eles foram presos na BR-381, em Belo Oriente, no GM Kadett, placas GVS-9110, de BH.Foram presos o meio-oficial de elétrica Wanderson Rodrigues de Souza, de 18 anos, os ajudantes Marcos Henrique de Souza e Leandro de Souza, ambos com 27 anos, e o vendedor ambulante Wellington Ramos Gomes, de 21 anos, todos moradores de cidades da Grande BH, como Vespasiano e Ibirité. No carro apreendido pela PRF foram encontradas ferramentas suspeitas de serem usadas no arrombamento dos baús das carretas atacadas.De acordo com o policial rodoviário Cristiano, o grupo é especializado em agir com os veículos em movimento. “Quando a carreta diminui a velocidade, em quebra-molas ou em outras situações, dois deles pulam na traseira e estouram os baús. Em seguida, jogam as encomendas na estrada, no acostamento. Guardam os produtos e um outro grupo passa em seguida recolhendo as caixas. É uma quadrilha que age em todo o Estado”, informa o PRF.A carreta Ford Cargo 4331, placas GVI-5576, de Juiz de Fora, era dirigida por Rafael Miranda Lima, de 25 anos, e seguia para Governador Valadares. Estava com Rafael o motorista Divaldo da Costa Magalhães, 38 anos. Eles avistaram o movimento estranho e suspeito, acionando a Polícia Rodoviária Federal. “Por sorte, havia uma viatura nas proximidades abordando outros suspeitos e eles conseguiram prender estas pessoas”, conta Divaldo.AssaltadoDivaldo ainda tem na memória o último dia 30 de julho, quando foi atacado por marginais armados, próximo a João Monlevade, e teve o veículo tomado de assalto. A carreta foi abandonada depois de ter a carga valiosa saqueada. Ele ficou sob a guarda dos assaltantes por várias horas e foi abandonado na zona rural de Nova Era. “Pensei que seria morto, lembrei da minha família. As autoridades têm que melhorar a segurança nas estradas; é muito precária”, disse o motorista.Os policiais rodoviários prenderam Marcos Henrique e Leandro ao volante do Kadett. Já Wellington e Wanderson tentaram fugir por um matagal, mas acabaram presos. “Conseguimos aproximar deles com o giroflex desligado, quando notaram que era da polícia já era tarde. Anteontem, em Caratinga, houve um ataque a um caminhão dos Correios, da mesma forma”, revelou o PRF Cristiano.Os quatro suspeitos foram levados para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Ipatinga. Eles ficaram à disposição da delegada de plantão Paula de Freitas Badaró, que autuou todos os conduzidos. Após ouvir os depoimentos dos acusados, a delegada determinou o encaminhamento deles para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp).O DIÁRIO DO AÇO conversou com os detidos e eles negaram envolvimento no fato e também que estivessem juntos. “Eu e o Wanderson estávamos na casa de uma tia em Governador Valadares. A gente estava caminhando pela BR quando surgiu a polícia. Não sei de nada disso de roubo a caminhão”, disse o Wellington Ramos, que mora na região de Contagem. Ele fala que esteve na casa de uma tia.Marcos Henrique contou que estava com o amigo Leandro viajando e não sabe quem são os outros dois detidos. “Peguei o carro emprestado para viajar. Agora, os policiais estão nos acusando de assaltar caminhão. Sou trabalhador, tenho família e nunca fui preso. Eles estão cometendo injustiça”, defendeu-se o condutor do Kadett.Ataques aos caminhões dos Correios preocupamO gerente do Centro de Entregas e Encomendas (CEE) dos Correios, Sidney Lage, disse ao DIÁRIO DO AÇO que já aconteceram pelo menos cinco ataques aos caminhões da empresa. “Eles pegam tudo que acham de valor no baú. Hoje a carga é valiosa, pois são transportados vários computadores, celulares e outros produtos eletroeletrônicos comprados na internet”, explica Sidney.Ele ressalta que a empresa está tomando algumas medidas de segurança com o objetivo de evitar ataques às carretas da empresa. “Os veículos estão recebendo o controle de GPS para monitorar a rota, travas eletrônicas no baú que impossibilitam ataques na modalidade ‘homem-aranha’ e outras medidas que não podem ser informadas, por segurança”, destaca o gerente do CEE.
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