18 de setembro, de 2007 | 00:00

Pais de vítima de assassinato pedem o fim da impunidade

IPATINGA - “Confiamos que a justiça será feita. Não queremos fazer nada com as nossas mãos”, posicionou-se o aposentado Francisco de Assis de Lima, de 51 anos, pai do auxiliar de escritório Émerson Agostine Rocha, que iria completar amanhã, se tivesse vivo, 29 anos de idade. Ele foi baleado no dia 10 de junho (e morreu oito dias depois, no hospital) durante uma confusão ocorrida no pátio de um posto de combustíveis, no bairro Iguaçu. Estão foragidos da Justiça os primos Elton John de Oliveira Carmo, de 29 anos, e Wesleano de Oliveira Papa, 26, ambos com mandados de prisão por serem acusados do crime.Os dois envolvidos se apresentaram no início do mês de julho. Elton confessou ser o autor dos disparos que acertaram Émerson, após confusão com o ajudante Cristiano Alves Pereira, de 18 anos, no pátio do posto Esso, na avenida Brasil, no Iguaçu. Wesleano confirmou que pilotava a moto Kawasaki usada na fuga dos primos após os disparos. O problema entre os acusados e a turma de Cristiano foi por causa de uma dívida de R$ 4. Émerson Agostine, o ‘Branco’, não teve nada a ver com a confusão. Ele  voltava com amigos de uma confraternização. Além dele, saiu baleado Cristiano, apontado como pivô da confusão, que se recuperou dos ferimentos. Émerson foi ferido na barriga. O tiro transfixou o abdome e atingiu o braço direito. Ele passou por cirurgia mas não resistiu, morrendo por causa de anemia. O DIÁRIO DO AÇO esteve na casa dos pais de Émerson, Francisco de Assis e Zita Joana de Faria, de 54. Revoltados, os dois pediram que a população ajude a polícia a prender os dois acusados pelo crime. “Recebi as fotos dos dois que mataram meu filho, graças ao empenho dos delegados Adeliana Xavier e Sebastião Rodrigues. Gostaria de pedir às pessoas que liguem para polícia ao ver estes foragidos”, desabafou  o aposentado.TristezaHá 90 dias, desde a morte de Émerson ocorrida no dia 18 de junho, Zita não entra no quarto onde dormia o filho. “Desde que ele morreu, não consigo dormir direito, tomo vários remédios controlados. Gostaria de ver estas pessoas presas, atrás das grades. Tenho outros cinco filhos, que estão me ajudando a superar a dor que é muito forte. Amanhã, ele faria aniversário de 29 anos”, desabafou a mãe de Émerson. Tanto ela como o marido acreditam que a justiça será feita e afastaram a idéia de alguém da família vingar a morte do rapaz. “Ninguém aqui vai fazer nada, porque acreditamos que os dois serão presos. Por mim, os dois estão perdoados, mas quero olhá-los, frente a frente, e mostrar o meu rosto, a dor que estou sentindo”, disse Zita.AjudaQuem tiver informações que levem a polícia até aos primos foragidos, com prisões decretadas pela Justiça, pode repassar a denúncia anonimamente para a Polícia Militar nos telefones 190 ou 3825-6655 (Disque-denúncia da PM), ou nos telefones da Polícia Civil: 197 ou 3822-1390.