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01 de setembro, de 2007 | 00:00

Deputados federais vão apresentar relatório na terça sobre Ponte Nova

Wellington Fred


O depoimento esperado e que acabou frustrando os deputados foi de Adair Ferreira, o Patrão
IPABA - O deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), relator da CPI do Sistema Carcerário, apresenta na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira o relatório sobre o massacre de 25 presos na cadeia de Ponte Nova, na Zona da Mata Mineira. Por mais de 18 horas a comissão parlamentar ouviu 13 pessoas na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba. Um primeiro parecer dos deputados é que teria havido negligência por parte dos policiais responsáveis pela cadeia.A CPI esteve no Vale do Aço na quinta-feira com o deputado presidente da comissão, Neucimar Fraga (PR-ES), à frente da comitiva como relator e ainda o deputado Alexandre Silveira (PPS-MG). Inicialmente seriam ouvidas onze pessoas, entre presos de Ponte Nova transferidos para Ipaba e policiais civis, mas surgiram mais nomes importantes. Um deles é o preso Francisco Feliciano, que concedeu entrevista para uma emissora de rádio.Um depoimento esperado e que acabou frustrando os deputados foi de Adair Ferreira, o Patrão. Ele estava preso em Foz do Iguaçu/PR e veio para Minas Gerais de avião. De Belo Horizonte, um comboio da Polícia Civil conduziu o preso até Ipaba. Adair, acusado de tráfico de drogas, negou qualquer envolvimento com as mortes na cadeia de Ponte Nova. “Fui preso um dia antes do fato, lá em Foz. Não tenho nada a ver com isso”, afirmou o preso.O detento Wallison Macedo Pinto, o Ratão, que estava na cela 10, contou várias histórias que não convenceram os deputados. Ele estaria sendo ameaçado de morte por dois presos, e é acusado de matar o irmão de um deles e ter incentivado a chacina. “Sou inocente, senhor. Não sei de nada, tenho sono pesado. Dormir na cadeia não é fácil; tomo remédio e não acordo fácil”, disse.O relator Neucimar apontou que houve negligência dos responsáveis da cadeia de Ponte Nova. “Os interesses nas mortes na cela 8 uniram os presos das celas 9, 10 e 11. Em conluio, eles se reuniram para matar e, com certeza, saiu fora de controle. Houve também uma certa facilitação na entrada das armas ou armas de fogo foram introduzidas pelos presos albergados para os presos chamados ‘celas livres’ na cadeia”, disse.SubornoPara ele, o mentor seria Wallison, pois surgiu a informação de que um dos presos albergados, conhecido por Cuca, teria recebido uma proposta de suborno de R$ 1 mil para entrar com um revólver na cadeia. Já sobre Adair, que tem influência na criminalidade de Ponte Nova e está preso por assalto e tráfico, a principio este crime parece não ter a sua participação.Uma declaração surpreendeu o deputado. O delegado Paulo César teria alegado que nunca entrou na cadeia, nem sabia quantas celas existiam em Ponte Nova. Neucimar disse que na terça-feira será apresentado um relatório com base nas apurações e também nos depoimentos recolhidos em Ipaba, Ponte Nova e da Corregedoria-Geral da Polícia Civil. “Se houver contradição, podemos apontar outros procedimentos. Vamos pedir cópias dos laudos do IML; havendo necessidade, até uma perícia, pois não foram apontados ferimentos com tiros recentes”, finalizou.
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