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12 de agosto, de 2007 | 00:00

Familiares exigem apuração de morte ocorrida após agressão

IML emite laudo oficial de preso que morreu em cadeia de Timóteo



Mãe Maria da Penha mostra cópia do laudo do IML

TIMÓTEO - O Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga concluiu esta semana o laudo oficial do exame de necropsia do corpo do pintor Saulo de Aguiar, de 25 anos. Ele morreu no dia 29 de junho na cadeia de Timóteo, dois dias depois de ser preso por policiais militares sob a acusação de porte ilegal de arma de fogo. O exame apontou que o rapaz morreu por agressão que, segundo acusa a família, foi provocada pelos PMs que o prenderam no distrito de Cachoeira do Vale.
A dona de casa Maria da Penha de Aguiar, de 54 anos, mostrou ao DIÁRIO DO AÇO a cópia do laudo do IML assinado pelo médico-legista Sérgio Maurício Alves Pinto. Saulo teve rupturas do intestino delgado e do intestino grosso, além de equimoses no rim direito e na serosa das alças intestinais. -"Bateram muito no meu filho, nem tive coragem de ler o que o médico escreveu-", disse Maria da Penha.
Revoltada, ela exigiu agilidade nas apurações do caso pela polícia. -"Estão demorando muito. Estou com os depoimentos dos presos que estavam com Saulo. Eles apontaram que meu filho disse que a agressão foi pratica pelos policiais militares que o prenderam. Ele não falou antes porque estava com medo de mais agressões-", informou a dona de casa, mostrando as cópias dos depoimentos.
Os presos ouvidos pela equipe do delegado Francisco Pereira Lemos, titular do inquérito policial, afirmaram que Saulo só ficava reclamando de dores na barriga. Ele teria dito para os colegas de cela que apanhou muito dos policiais militares que realizaram a sua prisão na noite de 29 de junho, quando portava um revólver calibre 32.

Direitos

A mãe Maria da Penha alegou que o comando da PM não havia procurado ninguém da família para falar sobre o caso e vai recorrer a outras instâncias para punir os culpados. -"Vou procurar meus direitos, vou a Belo Horizonte, vou aonde precisar para exigir justiça. Meu filho não tinha problema de saúde, trabalhava, vivia para cuidar dos filhos e apanhar deste jeito só porque estava com um revólver. É muito revoltante-", desabafou a mulher.
O laudo do IML aponta a causa da morte, como já antecipou o DIÁRIO DO AÇO mediante a certidão de óbito que a reportagem teve acesso há uma semana. Saulo morreu devido -"a peritonite fecal por ruptura intestinal por impacto de (em) objeto ou meio contundente-".
Durante o depoimento de Saulo na delegacia de Timóteo, quando foi preso por causa da arma, ele alegou as dores abdominais, mas apontou que seria um problema de gastrite. Uma testemunha ouvida pela polícia negou que tenha havido agressão no momento da prisão do rapaz, mas a oitiva de L.L.S., de 21 anos, complicou os PMs, pois afirmava que houve violência. Outra suspeita que a polícia apura é se a agressão ocorreu na cadeia, porque a vítima tinha problemas com um morador de Cachoeira do Vale e que está preso atualmente.
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