10 de agosto, de 2007 | 00:00

Enterro de pedreiro é marcado por revolta

Acusado alega que atirou após ver a vítima mexer em sacola

Wôlmer Ezequiel


O assassinato aconteceu no bairro Cidade Nobre
IPATINGA - Sob clima de muita revolta, foi enterrado no cemitério Parque Senhora da Paz, no bairro Veneza II, no fim da tarde de ontem, o corpo do pedreiro Ronaldo Silva Gomes, de 29 anos, morto com um tiro no peito após uma briga de trânsito. O acusado pelo crime, motorista Sérgio Eloy Furtado, de 36 anos, está recolhido no Centro de Remanejamento de Presos, o Ceresp de Ipatinga, desde a quarta-feira, dia do crime.O motivo do crime revoltou amigos e familiares de Ronaldo. A vítima, que voltava de um depósito de material de construção com dois saquinhos de rejunte, teria atravessado a frente do carro de Sérgio. O incidente ocorreu na rotatória das avenidas Carlos Chagas e Simon Bolivar, no bairro Cidade Nobre.O pedreiro estaria de bicicleta e após freada brusca de um carro, teria xingado o motorista. Sérgio não gostou, perseguiu o ciclista até a rua Aleijadinho, no bairro Cidade Nobre, e teria jogado o carro sobre o rapaz, em seguida, atirado uma vez contra o peito de Ronaldo. Mesmo socorrido com vida, a vítima não resistiu e morreu ao dar entrada no Pronto Socorro Municipal.Sérgio foi preso em flagrante pela Polícia Militar quando estava com a mulher e a filha. A delegada Adeliana Xavier Santos, titular da Crimes contra a Vida, revelou a alegação do acusado: “Ele disse que o pedreiro teria feito  menção de pegar algo na sacola, quando pensou que fosse alguma arma. É um pai de família, que não tem passagem pela polícia e que estragou sua vida”, conta a delegada.Ele também explicou os motivos de estar armado. “Sérgio disse que a arma era do pai dele, já falecido. O acusado alegou ainda que esteve num sítio numa cidade próxima e, como foi de madrugada, resolveu ir armado até o local”, informa a policial.Caso seja condenado, Sérgio ele pode pegar uma pena de até 30 anos de cadeia. “Ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificado. Mas pode conseguir liberdade junto à Justiça. Por enquanto ele vai ficar recolhido no Ceresp numa cela de passagem para a segurança dele”, finalizou Adeliana.Pai de vítima pede mudança nas leisO pai de Ronaldo, o aposentado Milton Ferreira Gomes disse ao DIÁRIO DO AÇO que não pode continuar a ocorrer casos como a morte de seu filho. “Acho que as leis estão fracas, por isso acontece isso sempre. O povo não está com medo das autoridades. O correto seria que este assassino ajudasse a criar os meus netos, ajudar no tratamento do mais novo que tem hidrocefalia”, desabafou o aposentado no IML de Ipatinga.Os familiares tiveram um contratempo para iniciar o velório, ocorrido numa igreja no bairro Bom Jardim. O corpo de Ronaldo só deu entrada no IML de Ipatinga quase às 20h de quarta-feira, apesar de crime ter sido registrado  no início da tarde. “Parece que houve um problema entre a funerária que estava de plantão e a nossa contratada para fazer o serviço. Não podemos ficar assim, sem auxílio das autoridades”, disse Milton.O delegado João Xingó de Oliveira informou ao DIÁRIO DO AÇO que os familiares de Ronaldo devem fazer uma representação sobre o problema na delegacia. “Não podemos aceitar fatos como este. Lamentamos o ocorrido e o nosso delegado regional já busca meios junto à Polícia Civil para que tenhamos o serviço de rabecão do Estado aqui no Vale do Aço”, esclareceu Xingó.
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