25 de dezembro, de 2016 | 00:01

Saiba como planejar suas finanças para 2017

Especialista orienta sobre o uso do 13º salário e demais benefícios e gastos de início de ano

Com o fim do ano, as pessoas devem observar o planejamento financeiro, se não quiserem começar o próximo ano com as contas no vermelho. O uso correto do 13º salário e até de eventuais recursos a serem liberados no começo do próximo ano, com os saques nas contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pode representar boa oportunidade para esse planejamento financeiro.

O vice-presidente da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Instituições Financeiras do Vale do Aço de Minas Gerais e Adjacências (Coopeinf), Erasmo Felizardo Lima, enumera pontos determinantes para o equilíbrio das contas pessoais.

Em entrevista ao Diário do Aço, Erasmo informa que a educação financeira e o planejamento financeiro funcionam como pilares para uma boa economia ao longo do ano. “Educação financeira e planejamento financeiro são dois aspectos importantes para iniciar bem o ano, e para terminar bem. A educação financeira é a mudança de hábitos para reduzir gastos como, tirar da tomada aparelhos elétricos ou eletrônicos, apagar a luz quando não precisar mais, consertar vazamentos de água, evitar o almoço em restaurantes diariamente, utilizar transporte coletivo ou bicicleta, no lugar de usar carro todos os dias para ir trabalhar. “Ou seja, essa educação financeira está relacionada ao estilo de vida que cada pessoa leva e aos hábitos praticados”, enfatiza.

Já, o planejamento financeiro é a estruturação dos possíveis gastos durante o ano. “É bom colocar em uma planilha todas as despesas previstas e cortar aquelas desnecessárias”, ressalta.

Os interessados em facilidades para o planejamento financeiro podem contar, inclusive, com aplicativos para celulares, que auxiliam nessa estruturação dos gastos. Alguns oferecem a possibilidade de registrar a renda mensal e adicionar as despesas usuais para que seja feita uma análise dos gastos ao longo do mês.

Gastos

Erasmo Felizardo salienta que muitos gastos ocorrem de forma desnecessária devido a uma série de fatores, entre eles, a influência do estilo de vida do próximo, que possui um carro, um celular ou um imóvel melhor. “Em muitos casos, isso leva a pessoa a buscar, também, todo esse conforto. O problema é que, às vezes, a pessoa não possui condição para manter esse estilo de vida”, observa.

O segundo exemplo são aquelas pessoas que realizam compras incentivadas pelas estratégias de marketing das empresas que, muitas vezes, convence os consumidores a comprar produtos com pagamento parcelado com juros, mesmo quando podem pagar à vista. O terceiro exemplo citado é quando os cidadãos vão aos supermercados e compram muita mercadoria, ou seja, é preciso separar aquilo que é urgente, o que é importante e o que é supérfluo. “Uma dica importante é fazer uma lista do que realmente se precisa em casa, quando for ao mercado”, pontua.

Outro conselho citado por Erasmo é somar as despesas fixas que terá no decorrer do ano e que mais pesam no orçamento, dividi-las pelo total de meses do ano, para que seja depositado, mensalmente, esse valor calculado. Além disso, pode separar uma parte do 13º salário para as economias. ”IPTU, IPVA, DPVAT, renovação do seguro privado, matrícula das crianças na escola e transporte são as despesas vultosas do começo do ano. Se somar todos esses gastos, dividir por 12 e depois colocar na caderneta de poupança todo mês uma parcela, no fim do ano terá dinheiro guardado para arcar com esses custos. O resultado é que a pessoa pode entrar o ano novo com as finanças pessoais sob controle e com margem de conforto”, explica.

Família

Tanto a educação financeira quanto o planejamento financeiro precisam envolver a família, orienta Erasmo Felizardo. “É necessário levar esses conhecimentos financeiros para dentro de casa. É interessante que os pais conversem com os filhos, informem as condições financeiras que têm para orientar a própria família nos gastos e evitar a comprar de coisas que, no momento, não podem bancar”, alerta.

Para Erasmo, problemas financeiros prejudicam a família emocionalmente. “A família é mais feliz quando consegue planejar seus gastos. Muitas famílias ficam tristes por falta de recurso financeiro. A pessoa sonha, deseja, planeja e não consegue realizar o que quer. Se tiver uma Educação Financeira e um Planejamento Financeiro bacana, consegue realizar o que deseja”, pontua.

Crianças

Erasmo acrescenta que o aprendizado da educação e planejamento das finanças precisa ser adquirido desde criança, para que possam ser aplicados ao longo dos anos.

“É interessante que, independentemente da condição salarial da família, as crianças tenham mesada, mesmo que seja pequena. E os pais devem perguntar diariamente como está o gasto dessa mesada. E incentivar, também, as crianças a pesquisarem os preços dos brinquedos que querem comprar, para aprenderem, desde pequenas, a enquadrar o que desejam à realidade financeira”, esclarece.

Cooperativa

A Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Instituições Financeiras do Vale do Aço de Minas Gerais e Adjacências (Coopeinf), foi fundada em 2014 por bancários da região do Vale do Aço. O objetivo da Coopinf é orientar a comunidade em relação ao uso consciente do dinheiro, com palestras e ações sociais, como o Dia C, marcado pela distribuição de cartilhas educativas aos comerciários e comerciantes da região. A cooperativa abrange o Vale do Aço e mais 100 km no entorno de Ipatinga. Para se associar à cooperativa, os interessados podem fazer contato por meio do site www.coopeinf.com.br ou pelo telefone (31) 99403-7082 para que os membros da entidade possam ir até ao interessado que, tão logo se associe, passa a contar com diversos benefícios.