11 de dezembro, de 2016 | 09:56

Apostando no mogno

Produtores em áreas da Codevasf no Norte de Minas investem em madeira nobre

A demanda por madeiras nobres no mercado nacional e internacional e a perspectiva de triplicar os investimentos motivaram produtores do Norte de Minas a apostarem numa cultura irrigada diferente das conhecidas na região: o mogno. Nos projetos públicos de irrigação Gorutuba, Jaíba e Pirapora, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o cultivo das espécies de mogno brasileiro e africano já ocupa 55 lotes, e uma área de aproximadamente 800 hectares.

Divulgação
A madeira do mogno tem mercado garantido e preço atrativo em todo o mundoA madeira do mogno tem mercado garantido e preço atrativo em todo o mundo
“A silvicultura (cultivo de árvores florestais) tem enorme potencial na região. Temos ótima topografia, solo profundo, luminosidade e a água do rio São Francisco para a irrigação”, diz Jayme Caetano de Mattos, técnico agrícola e produtor no projeto Gorutuba, em Nova Porteirinha. Ele iniciou a plantação de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla) em um lote de 5 hectares, e hoje administra uma área de 200 hectares.

O produtor e técnico agrícola Antônio Serrati foi um dos pioneiros no plantio de mogno no Norte de Minas Gerais, em uma área de 10 hectares no projeto Pirapora. Ele resolveu investir no cultivo de mogno irrigado após saber do grande potencial da cultura. “Por ser uma madeira de lei quase em extinção, encontrei uma pesquisa de mercado que dizia que o mogno teria no futuro um valor bem acima de outras madeiras de lei”, conta.

Atualmente com uma área de 22 hectares, entre mogno brasileiro e africano, Serrati já prepara a colheita de parte da plantação. “Nós já fizemos e vamos continuar no próximo ano o desbaste (corte de metade da plantação), para aumentar o espaçamento e deixar as plantas crescerem mais. O desbaste pode ser feito entre oito e dez anos após o plantio”, explica.

“Como o cultivo do mogno é recente no país, o material técnico no início era escasso. Mas hoje temos uma bagagem boa sobre a cultura e temos acertado bem na condição do desenvolvimento da lavoura, no controle de pragas, no controle de doenças. Hoje já temos tecnologia para isso”, relata Jayme Mattos.

De acordo com dados da Embrapa, o mogno é uma espécie de forte importância econômica devido à qualidade da madeira, que é durável e muito apreciada para a fabricação de móveis de luxo e artigos de decoração. A valorização do material deve-se à cor atrativa da madeira, durabilidade, estabilidade dimensional, fácil manuseio e diversos usos pela indústria.
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