08 de dezembro, de 2016 | 17:03

Estava indo tão bem...

Kannemann e Erazo travaram luta corporal após o apito final da partida decisiva entre Grêmio e Atlético

Na chamada de capa da edição dessa quarta-feira, 7, o DIÁRIO DO AÇO destacou que o jogo decisivo entre Grêmio e Atlético, em Porto Alegre, válido pelo título da Copa do Brasil, tinha um aspecto emblemático. Oficialmente, iria marcar o fim do luto reinante no futebol profissional brasileiro desde a tragédia que vitimou a delegação da Chapecoense, na madrugada da terça-feira, 29/11.

Antes do chute inicial, homenagens aos jogadores, comissão técnica, jornalistas e membros da tripulação que perderam a vida estupidamente, pela irresponsabilidade do piloto boliviano Miguel Quiroga. Bola rolando, aos poucos a adrenalina falou mais alto. Afinal, estava em jogo o caneco da segunda competição mais importante do calendário, mas tudo dentro da normalidade.    

Infelizmente, a violência voltou a dar as caras aos 47min da segunda etapa, com o placar apontando o empate por 1 a 1. O equatoriano Bolaños, autor do gol gremista, ao tentar retardar a cobrança de uma falta por Marcos Rocha, foi empurrado por Maicosuel, seguindo-se a troca de socos e empurrões entre os atletas dos dois clubes. Esse arranca-rabo foi apenas o aperitivo da luta corporal travada por Erazo e Kannemann, após o apito final. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira, além de relatar o incidente na súmula, expulsou os dois pugilistas.   

Lamentável. Depois de tanta comoção pelo mundo afora, era de se esperar uma trégua um pouco mais duradoura, tantos foram os gestos de fraternidade entre torcedores arquirrivais. No entanto, se os milionários e mimados profissionais da bola apelam para a ignorância, é natural que a truculência volte a ser reproduzida nos estádios e nas ruas.  

O retorno à barbárie certamente não ficará restrito a esse episódio. Pelo visto, não demora e teremos novamente o desprazer de assistir nos telejornais cenas deprimentes de vândalos travestidos de torcedores, matando os “inimigos” e cometendo as atrocidades de sempre.

A tendência é nessa direção. No campo da cidadania, chutamos de canela, uma a uma, as oportunidades que a História coloca à nossa frente para construirmos um país decente. Difícil acreditar que o futebol funcione como um elo para nos tirar da caótica situação reinante e nos levar ao utópico país de um grande futuro que nunca chega. Mais Brasil, impossível! 

Em meio a essa baixaria, necessário se faz um pedido de desculpas, especialmente aos colombianos e aos dirigentes do Atlético Nacional, que se portaram com muita dignidade, como se estivessem velando parentes ou amigos próximos. Já a promessa de “seriedade” nas investigações por parte da bolivariana Bolívia, é ver pra crer!

A cada dia, são reveladas novas e desabonadoras condutas da cúpula da LaMIa (Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación), a modesta companhia de capital venezuelano. Infortunadamente, Lâmia, na mitologia grego-romana, era uma rainha da Líbia que se transformou em demônio devorador de crianças. Eram comum ainda chamar de lâmias alguns tipos de monstros, bruxas ou espíritos femininos que atacavam jovens ou viajantes e lhes sugavam o sangue.

Com muita lábia e empatia, Miguel Quiroga conseguiu esconder de seus clientes esse lado oculto e premonitório. Entre os voos quase suicidas que comandou, sabe-se agora, no retorno da delegação da Argentina a Buenos Aires, após o jogo contra o Brasil, no Mineirão, pelas eliminatórias, o avião pousou na capital portenha com combustível para apenas mais 18 minutos no ar.

Editoria de Esportes
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