06 de dezembro, de 2016 | 07:38

Mulher traída mata marido com suco envenenado

Esposa descobriu que marido, dono de livraria, havia engravidado funcionária. Com a morte, receberia R$ 2 milhões de seguradora.

Divulgação PCMG
Mulher descobriu traição e adicionou chumbinho no suco de maracujá para o marido, diz PCMGMulher descobriu traição e adicionou chumbinho no suco de maracujá para o marido, diz PCMG

A Polícia Civil de Minas Gerais considera esclarecida a morte Anselmo Vicente Ribeiro, de 42 anos, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte.

A mulher dele, de 39 anos, é a suspeita de cometer o crime. Anselmo foi morto com veneno de rato, conhecido popularmente como "chumbinho".

Para a PC, a mulher tomou a decisão de matar o marido depois de descobrir uma traição do companheiro. O homem, assassinado em setembro deste ano, era dono de uma livraria na capital e engravidou uma das funcionárias.

Anselmo e a mulher tinham 20 anos de um casamento, aparentemente tranquilo. A família colocou o apartamento em que morava à venda para comprar uma casa maior e ter o segundo filho. No entanto, a suspeita teve uma menopausa precoce, o que dificultou uma nova gestação.

Seis meses antes do crime, Ribeiro contratou uma nova funcionária e os dois iniciaram um relacionamento extraconjugal. A esposa, que também trabalhava na livraria, sabia da traição. No fim de agosto, o homem contou para a companheira da gravidez da amante e que tinha resolvido assinar a carteira profissional dela para que pudesse ter os direitos garantidos.

Faltando um dia para que o homem efetuasse a contratação formal da funcionária, a mulher envenenou o marido, que não resistiu e morreu. “No dia 4 de setembro, após um almoço de família, no domingo, a mulher fez suco e colocou o veneno de rato no copo dele. Como a fruta tinha sementes, Anselmo não percebeu nada. Segundo médicos, a reação do chumbinho no organismo é rápida, entre 10 e 20 minutos. A vítima começou a vomitar, defecar e urinar”, contou a delegada Alice Batello.

Mesmo vendo o marido pedir por socorro, a mulher disse para o companheiro ter calma, afirmando que faria acupuntura nele, que se sentiria melhor. Quando o homem deu o último suspiro, a mulher chamou o filho, uma criança de 6 anos que assistia TV em outro cômodo do apartamento, e pediu que ele chamasse alguém para ajudar.

Antes da chegada do Serviço Móvel de Urgência (Samu), a suspeita tirou as roupas da vítima e as dela, que estavam sujas de vômito, e as escondeu. Ao chegar, a médica socorrista percebeu que se tratava de um quadro de envenenamento e acionou a Polícia Militar.

“Ela quis simular uma morte natural. Contou para a médica que o marido tinha síndrome do pânico e estava tomando muito suco de maracujá e chá de hibisco. Na versão dela, o marido passou mal e teve uma parada cardiorrespiratória. Ela ajoelhou no chão e pediu para que o corpo não fosse levado ao Instituto Médico Legal (IML), mas não teve jeito. A mulher continua negando o assassinato”, resumiu a policial.

Sogra
No momento em que o Samu estava no local, a sogra da vítima chegou e começou a mexer no corpo do homem. “Mesmo sendo orientada pela médica a aguardar a chegada da perícia, ela disse que queria deixar o genro limpinho. A sogra não sabia de nada, mas, devido à atitude, responderá por fraude processual.

Herança de quase R$ 2 milhões

Além da revolta pela traição, a questão financeira também pesou para que a suspeita cometesse o crime. Com a morte do marido, ela receberia cerca de R$ 2 milhões. “Em julho, a vítima fez um seguro empresarial da livraria no valor de R$ 800 mil, o apartamento do casal estava à venda por R$ 360 mil e ainda tinha o estabelecimento, que também seria vendido”, contou a delegada Alice. Antes de descobrir a gravidez da amante do marido, a intenção da mulher, formada em fisioterapia e história, era pedir a separação e dividir os bens.

“A família dela tem uma condição financeira boa. Apesar de ser contra o relacionamento, uma vez que Anselmo tinha uma condição inferior, a sogra ajudou muito para que o casal construísse o patrimônio”, disse a policial. Segundo Alice, a criminosa responderá por homicídio qualificado, por envenenamento, e fraude processual.

Aborto
Segundo a delegada, como a livraria fechou após o crime, a funcionária grávida foi mandada embora sem qualquer direito trabalhista, uma vez que não tinha carteira assinada. Ela teve um aborto espontâneo. Já o filho do casal está com a avó materna.
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