01 de dezembro, de 2016 | 05:18

Manobras do Congresso sobre pacote anticorrupção reativaram os panelaços

São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Belo Horizonte e Brasília tiveram protestos, os primeiros do tipo no governo Temer

Protesto marcante do Fora Dilma, panelaço voltou contra derrubada de medidas anticorrupção Protesto marcante do Fora Dilma, panelaço voltou contra derrubada de medidas anticorrupção

Moradores de várias cidades brasileiras fizeram um panelaço na noite desta quarta-feira (30), motivado pelas manobras do Congresso Nacional em relação ao pacote anticorrupção.

Com a hashtag #panelaço, os tweets se concentram nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, alguns com registros em vídeos. Goiânia, Belo Horizonte e Brasília também tiveram manifestações.

Pelas publicações, o protesto foi motivado pela decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedir urgência para votar na Casa o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara.

Isso poderia resultar em uma votação inesperada ainda na noite desta quarta-feira das medidas que foram alteradas pelos deputados – e criticadas ao longo do dia pelo Ministério Público e associações de magistrados.

O pedido de urgência, no entanto, foi rejeitado em votação realizada entre os senadores. Ao todo, 44 senadores votaram contra a urgência e 14 a favor.

Com a rejeição, o projeto anticorrupção foi encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde deverá ser debatido antes de ser votado pelo plenário.

Também na quarta-feira, os membros do Ministério Público, que compõem a Força-tarefa da Lava Jato ameaçaram renunciar após a Câmara mudar as medidas contra a corrupção.

Para o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, ficou 'claro' com a nova proposta aprovada pela Câmara durante a madrugada anterior, que a 'continuidade de qualquer investigação sobre poderosos, parlamentares, políticos cria um risco pessoal para os procuradores' e até para juízes.

Manifestação

Durante o dia, até mesmo 'ícones' do movimento Fora Dilma, se pronunciaram com veemência contra a decisão dos deputados em aprovar as "10 medidas" na lei anticorrupção que, na prática, os livraria de quaisquer condenações futuras.

Com isso, protestos marcantes na época do impeachment da presidente Dilma Rousseff, os panelaços voltaram ao cenário urbano justamente na noite de quarta-feira.

Em São Paulo, as panelas puderam ser ouvidas em Higienópolis, Santa Cecília e Perdizes, além de bairros da zona Sul não especificados pelos usuários do Twitter. No Rio, as publicações relatam panelaço na Tijuca, Gávea, outros bairros da zona Sul da cidade, além de Niterói, na região metropolitana.

Outros usuários chegaram a dizer que o protesto é favorável à continuação da Operação Lava Jato e contra o presidente Michel Temer. "Esquerda e direita mais unidas do que nunca", escreveu Léo Brossa, do Rio de Janeiro.

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