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18 de novembro, de 2016 | 17:45

O público e o privado

Divulgação
Os bastidores do futebol começam a se movimentar para a próxima temporada, e 2017 promete muitas emoções, ou uma continuidade do marasmo que foi o futebol profissional este ano no Vale do Aço.

É comum ouvir comentários de muitos desportistas sobre a volta do Ipatinga às competições promovidas pela Federação Mineira de Futebol, ou seja, a terceira divisão do campeonato mineiro. E alguns são favoráveis ao apoio do poder público para que o time volte a ser aquela equipe que em 2005 conquistou o título estadual. E também seja a equipe que teve sua participação na elite do futebol brasileiro e fez uma brilhante campanha na Copa do Brasil.

Não vejo mais o Ipatinga se tornando aquela equipe dos anos passados e também não vejo o poder público apoiando o futebol profissional em razão de outras prioridades necessárias para a comunidade e o município.

O apoio que o poder público pode estar direcionando é a estrutura de um bom estádio de futebol para o clube usar as suas dependências nas partidas oficiais e dois treinamentos antes dos jogos oficiais, para resguardar o gramado.

Sabemos que qualquer clube profissional do país visa lucros para a sua sobrevivência e que os clubes do interior, que tem menos apelo de sua torcida e que contam com valores de bilheteria seria um risco calculado, pois sabemos como é o apelo do público no Vale do Aço.

Qualquer clube do interior se vê quase obrigado a realizar parcerias com grandes equipes do futebol profissional do país, para a sua sobrevivência. Jogadores que estouraram idade de juniores e outros que nem estão na reserva poderiam ser emprestados para que pudessem estar em atividade, como aconteceu com o Ipatinga na parceira que o time teve com o Cruzeiro, no início de sua caminhada.

O transporte deve ser negociado com empresas da região, para buscar uma parceria que viesse atender os dois lados, para que o clube pudesse trabalhar com tranquilidade visto que o transporte é um dos maiores gastos dos clubes.

Qualquer convênio realizado com clubes profissionais deve ser aprovado dentro de uma prioridade que pudesse atender os anseios da comunidade e que não penalizasse a cidade com os seus projetos sociais e suas necessidades mais básicas.

Sou totalmente a favor de um clube profissional na cidade, sempre defendi a permanência do Ipatinga aqui e também sempre fui coerente ao dizer que o poder público não destine valores fora da realidade, pois um clube profissional é uma empresa privada.

Mesmo que movimente uma grande parcela da comunidade em suas partidas em seu mando de campo, temos que ter bom senso para que não haja inversão de valores com o dinheiro público, que poderia atender outras necessidades mais urgentes.

Torço para que o Ipatinga volte as suas atividades o mais rápido possível, mas com estrutura para que tenha vida longa. Que comece a trabalhar para criar parcerias que atendam as necessidades de um clube profissional e que não fique na dependência de poderes públicos, pois a situação muda a cada quatro anos e as cobranças da comunidade trabalham em fase crescente.

Aciaria
Para que não se perca no tempo, hoje volto a tocar no assunto da semana passada sobre o ginásio Dr. Rinaldo Campos Soares, pois na sexta-feira mais uma vez estive no antigo clube da Aciaria e sai com uma boa impressão na questão do espaço onde funciona a escolinha de futebol do Ipatinga.

Um local bem cuidado e bem administrado pelos responsáveis do clube, inclusive reforçando a minha certeza de que os garotos que ali praticam futebol estão sendo bem atendidos nas melhores condições de se formar atletas e cidadãos.

Por outro lado fiquei extremamente triste com a situação que se encontra o estádio, principalmente o ginásio coberto, onde vi alguns colaboradores retirando parte do corrimão de proteção das arquibancadas. Percebi que um lado do ginásio aparenta não ter mais a parede e as arquibancadas, ficando totalmente aberto, e fiquei com a impressão de que naquele espaço não teremos mais qualquer atividade esportiva.

É triste esta constatação, pois um ginásio bonito, bem detalhado, que foi palco de tantas decisões de futsal, voleibol, handebol, basquete e tantas outras modalidades esportivas, sem contar os shows que vivenciamos naquele espaço e hoje pode fazer parte de um passado glorioso, mas de uma realidade triste, pois cada espaço perdido para a prática do esporte torna a cidade e a população mais carente.

Já vivenciamos o 7 de Outubro ocioso em algum tempo, o local onde funcionava a pista de bicicross não existe mais, tornou-se um espaço vazio, e pelas notícias, o campo do Palmeiras, na Vila Celeste, vai deixar de existir, e assim vamos vivenciando a violência a cada dia crescendo, e nós, cidadãos, ficando órfãos do esporte, que é um direito social.

Lembranças
Pioneiros do Acesita Esporte Clube, Dr. Ismael de Oliveira Fábregas, Manoel Fotógrafo, Wilson Carneiro, Brasileiro W. de Minas, Mundico, Rodolfo Teixeira, no início o time fazia apenas partidas amistosas contra o Sete de Setembro, conhecido como time do Manoel Barrigada.

Com a contratação de outros jogadores o time começou a enfrentar times mais qualificados das cidades de Coronel Fabriciano, Itabira, Nova Era e Governador Valadares. Teve uma fase rápida no profissional, depois tornou-se um dos grandes clubes do interior de Minas Gerais, fazendo uma grande história no futebol amador do Vale do Aço.

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