“Ant Dias terra sem leiiii!!!
😀😁😅”

“Não sei quem está por trás desse comentário, no qual diz que bandido bom é bandido morto, mas acho q ao invés de apontar o dedo para o erro dos outros, deveríamos estender a mão pra ajudar!”

“ENTÃO ROBERTO SE VC ACHA QUE BANDIDO BOM É BANDIDO MOERTO PORQ NÃO MATA VC MESMO JA QUE É ASSIM OLHO PO OLHO DENTE POR DENTE !! É ISSO QUE ANTONIO DIAS SE TRANFORMOU UMA CIDADE DE INTERESSES ONDE TUDO SE TESOLVE EM TROCA DE FAVORES!!!”

“Roberto, estou com vc, pra resolver é simples, todos já sabemos os responsáveis.... Bandido bom é bandido morto!!! Pau neles!!!!”

“Vale a pena ler

Ataque ao quartel em Antônio Dias

Sou morador de Antônio Dias em Minas Gerais há mais de 40 anos. Aqui estabeleci minha moradia e criei minha família. Como toda cidade brasileira tem seus problemas, Antônio Dias não é exceção. A cidade nunca foi um paraíso, mas sempre gostei de morar aqui.
O aumento de usuários de drogas segue a realidade vivida em todo país, e como nas grandes cidades, não estamos livres das ações desses bandos armados, que controlam o tráfico, explodem agências bancárias e tocam o terror por onde passam.
Essa madrugada acordei com o barulho de vários tiros, que de início pensei serem fogos de artifício. Pela manhã vim a saber que esses disparos for efetuados contra o quartel da PM na cidade, além de terem ateado fogo em um veículo na porta do quartel e dispararem em outros pontos da cidade.
Ouvi um morador dizer que a intenção dos bandidos era afrontar a polícia e eu discordo. Esse tipo de ação afronta não só a polícia, como o Estado Democrático de Direito e todos nós moradores de Antônio Dias. Nós, cidadãos de bem, ficamos acuados, trancados em nossas casas, deixando a polícia lá fora, lutando numa guerra que não é só deles, é de todos. Ficamos aqui dentro em frente à nosssas TVs, computadores e smartphones, esperando um erro deles para podermos apontar o dedo e criticar.
Muito se fala da polícia, muito se fala quando os policiais militares, civis ou federais cometem erros. Mas nunca paramos pra pensar que homens e mulheres como a gente, que saem de suas casas todos os dias, onde deixam suas famílias, para lutar um guerra que é nossa, para que possamos ter a nossa família segura. São homens e mulheres como nós, de carne e osso, mas que mesmo com os salários atrasados, (isso mesmo, em conversa com um policial semana passada, o mesmo disse que os salários estavam sendo parcelados e o 13° nem sabiam se iriam receber) saem de casa todos os dias, sem saber se voltam vivos.
E nós, moradores de Antônio Dias? Nós que somos quase 10 mil habitantes, segundo censo do IBGE de 2015. Nós ficamos aqui, como se a guerra fosse entre uma centena de bandidos que tem na nossa cidade e os poucos policiais que aqui trabalham. Mas essa guerra não deveria ser vista assim, porque juntos formamos um batalhão de quase 10 mil pessoas e acovardamos, deixando que apenas meia dúzia de policiais lutem por nós.
Achamos ruim quando recebemos uma multa por alguma irregularidade no trânsito, mas cobramos dos policiais quando somos vítimas do trânsito. Achamos ruim quando eles nos pedem pra por a mão na cabeça, mas cobramos dele quando não abordam os bandidos que rodam pela cidade. Achamos ruim quando eles nos pedem pra abaixar o som da festa, mas cobramos dele quando não temos paz pra descansar. Achamos ruim quando eles nos pegam como testemunha de algum crime, mas cobramos deles quando o bandido preso ontem, rouba hoje de novo.
O único braço do Estado que te atende a qualquer hora e qualquer dia é a polícia. E o que fazemos? De que lado nós estamos? Como deveríamos enxergar? É por causa da polícia que ainda temos o pouco de dignidade que nos resta. É por causa da polícia que as pessoas não fazem do trânsito uma pista de corrida, colocando nossa família em risco. É por causa da polícia que ainda podemos ir sacar nosso dinheiro no banco, ter nossa casa, nosso carro e nossos pertences. Sem a polícia o caos seria a lei. Os bandidos não pensariam duas vezes em dominar a cidade e pegar tudo que lhes bem entendessem.
Fatos como ocorreram hoje em nossa cidade, servem para nos fazer refletir. Rever nossos conceitos e valores. A polícia, assim como toda organização, é feita de pessoas que estão sujeitas a falhas. Mas não podemos achar que eles lutam numa batalha pessoal. Um policial não recebe por busca que ele efetua, nem por bandido que ele prende. Diferente do setor privado, seu salário independe de produção. Mas mesmo assim, ele aborda, prende, investiga, faz buscas, atende acidente de trânsito, socorre pessoas, separa briga de vizinhos, dá ordem a seu vizinho festeiro pra abaixar o som pra que você possa dormir, entre muitas outras tarefas.
Pra quem não sabe, no quartel havia alguns policiais em seu momento de descanso e felizmente nenhum deles foi ferido. Aos policiais civis e militares que atuam em Antônio Dias e região presto a minha continência de respeito e apreço. E peço, não desistam da nossa cidade, pois se isso um dia acontecer, ela não mais existirá.

Ass: Um cidadão”