11 de novembro, de 2016 | 07:47

Preso custa 13 vezes mais do que estudante, diz Cármen Lúcia

“Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu"

 A população penitenciária brasileira passava de 622 mil pessoas há dois anos A população penitenciária brasileira passava de 622 mil pessoas há dois anos

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirma que um detento custa treze vezes mais do que um estudante no Brasil.

“Um preso no país custa R$ 2.400 por mês e um estudante do ensino médio custa R$ 2.200 por ano. Alguma coisa está errada na nossa pátria amada”, disse a ministra durante um evento em Goiânia que debatia o Plano Nacional de Segurança com a presença do ministro da Justiça, Alexandre Moraes.

“Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu. Estamos aqui reunidos diante de uma situação urgente, de um descaso feito lá atrás”, frisou Cármen Lúcia.

Segundo a presidente do STF, o combate à violência exige ações em conjunto entre a União, Estados e os municípios. Desde a semana passada, a ministra, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem feito visitas surpresas a presídios do país.
Ministra Cármen Lúcia, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem feito visitas surpresas a presídios do paísMinistra Cármen Lúcia, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem feito visitas surpresas a presídios do país


Diagnóstico

A população penitenciária brasileira chegou a 622.202 pessoas em dezembro de 2014. O perfil socioeconômico dos detentos mostra que 55% têm entre 18 e 29 anos, 61,6% são negros e 75,08% têm até o ensino fundamental completo. Esses resultados constam do último relatório do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), relativo a dezembro de 2014, divulgado nesta terça-feira (26), em Brasília. O estudo traz informações sobre a população carcerária e estabelecimentos prisionais do país, estados e Distrito Federal.

Segundo o estudo, o Brasil conta com a quarta maior população penitenciária do mundo, atrás apenas de Estados Unidos (2.217.000), China (1.657.812) e Rússia (644.237). Entre os detentos brasileiros, 40% são provisórios, ou seja, não tiveram condenação em primeiro grau de jurisdição.

Sobre a natureza dos crimes pelos quais estavam presos, 28% dos detentos respondiam ou foram condenados por crime de tráfico de drogas, 25% por roubo, 13% por furto e 10% por homicídio.
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